quarta-feira, 4 de abril de 2012

SÉRIE QUESTÕES COMENTADAS E RESPONDIDAS 807


A PARTIR DE 19 DE MARÇO DE 2012 E ATÉ 21 DE ABRIL DE 2012, SERÁ POSTADA DIARIAMENTE UMA QUESTÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA DE CONCURSO ELABORADO PELA CESGRANRIO, EM NÍVEL MÉDIO, COM VISTAS AO CONCURSO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF

O texto abaixo é base para a questão 807

Texto I

A FORÇA DO PENSAMENTO

Leia a seguir a entrevista com o neurocientista Miguel Nicolelis sobre seu novo livro, em que discute como a ligação entre cérebro e máquina revolucionará a medicina
e o modo como iremos nos relacionar. No futuro, controlaremos máquinas e resolveremos problemas de saúde pelo comando da mente.

Revista Galileu: O que é uma interface cérebro-máquina?

Miguel Nicolelis: Basicamente, é o envio de informações por pensamento. Transferimos o sinal elétrico do cérebro, codificado de forma digital, sem fio, a equipamentos adaptados para receber esse comando. Com essa união da mente a sistemas virtuais, poderemos ter grandes avanços na medicina já nos próximos anos. A curto prazo, a paralisia é nosso foco. Trabalhamos para fazer quadriplégicos andarem usando uma espécie de esqueleto externo controlado pela mente. A longo prazo, tentaremos encontrar formas de reduzir o processo neurodegenerativo ou as lesões neuronais. Mais adiante, o objetivo será chegar à melhora de funções cognitivas.

Revista Galileu: A interação direta com as máquinas mudará o modo como nos comunicamos?

Miguel Nicolelis: Por completo. Internet, redes sociais e voz são interfaces lentas. Digitação, e até mesmo a linguagem, são imprecisas. Se você pudesse interagir com milhões de pessoas por pensamento ao mesmo tempo, aumentaria a velocidade de comunicação e essas interações seriam muito mais vívidas e reais. Não haveria interface entre você e a máquina, seria uma interação quase que como uma fusão, um inconsciente coletivo, uma rede social feita apenas por pensamentos. A linguagem passa a se transformar num meio secundário de comunicação. Isso só ocorrerá daqui a centenas e centenas de anos.

Revista Galileu: Que mudanças ocorreriam em uma sociedade que se comunica assim?

Miguel Nicolelis: Essa tecnologia pode realmente libertar a percepção dos limites. Com o cérebro, conseguiremos controlar os mais diferentes artefatos mecânicos, robóticos, virtuais, computacionais. Além disso, poderemos também criar novos sentidos. PAVARIN, Guilherme. A força do pensamento: entrevista com Miguel Nicolelis. Revista Galileu, n. 236, São Paulo: Globo. mar. 2011, p. 11-13. Adaptado.


807. (SEPLAG – Fiscal de Controle Sanitário) Normalmente, utiliza-se a conjunção “porque” para expressar a relação lógica de causalidade entre duas ideias em um texto. Mas essa relação pode ocorrer, também, entre duas frases que se relacionam sem a presença explícita dessa conjunção, como em

(A) “Com essa união da mente a sistemas virtuais, poderemos ter grandes avanços na medicina já nos próximos anos. A curto prazo, a paralisia é nosso foco.” (resposta à primeira pergunta)
(B) “A longo prazo, tentaremos encontrar formas de reduzir o processo neurodegenerativo ou as lesões neuronais. Mais adiante, o objetivo será chegar à melhora de funções cognitivas.” (resposta à primeira pergunta)
(C) “Internet, redes sociais e voz são interfaces lentas. Digitação e, até mesmo, a linguagem são imprecisas.” (resposta à segunda pergunta)
(D) “A linguagem passa a se transformar num meio secundário de comunicação. Isso só ocorrerá daqui a centenas e centenas de anos.” (resposta à segunda pergunta)
(E) “Essa tecnologia pode realmente libertar a percepção dos limites. Com o cérebro, conseguiremos controlar os mais diferentes artefatos mecânicos, robóticos, virtuais, computacionais.” (resposta à terceira pergunta)

Comentários.

Questão sobre emprego de nexos oracionais e interpretação de texto.

As orações presentes na opção (A) são informativas, e a segunda oração não pode registrar o nexo “porque” entre elas, pois, em verdade, a segunda oração traduz ideia de oposição.

Nas assertivas (B) e (C), as frases adicionam ideias, e entre elas poderia ser registrada a conjunção coordenativa “e”, não “porque”.

As frases contidas na alternativa (D) são opostas entre si, pois geram ideia de adversidade, haja vista que a primeira acena com a linguagem passando a se transformar num meio secundário de comunicação, enquanto a segunda adverte o leitor para o fato de que isso só virá a ocorrer daqui a centenas de anos. Cabe, portanto, a inserção de “mas” entre elas.

A segunda frase da alternativa (E) indica explicação em relação à primeira, podendo ser registrado o nexo “porque” entre as duas.

Resposta: E.

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