quarta-feira, 27 de julho de 2011

FUNDAÇÃO CONESUL - UMA BANCA SOB SUSPEITA


Aprovação em concurso pagava dívidas trabalhistas no RS

Investigações feitas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul na Operação Conesul apuraram desvios de cerca de R$ 10 milhões feitos pela Fundação Conesul de Desenvolvimento responsável por concursos públicos. Provas realizadas para a prefeitura de Porto Alegre, oficial de Justiça, procurador geral do Estado e para o Enem de 2007 estão sob investigação, além de concursos realizados em ao menos quatro Estados brasileiros. De acordo com as investigações, aprovações eram usadas como moedas de troca para processos judiciais trabalhistas.
"Um funcionário da fundação disse que foi obrigado a entrar com processo pedindo o desligamento, com valor indenizatório de R$ 10 mil. Em troca, ele seria aprovado em primeiro lugar em um concurso. Ou seja, a colocação era usada para pagar débitos trabalhistas", disse o promotor de Justiça, Mauro Rockenbach.
Na manhã desta quarta-feira foi deflagrada a operação cujas investigações iniciaram em janeiro de 2010. Foram cumpridos 13 mandados de busca em apreensão em empresas, residências e na sede da fundação em Porto Alegre.
Foram bloqueados os bens dos diretores da entidade, que incluíam seis veículos, alguns de luxo. Nas buscas também foram encontradas notas fiscais de pneus de veículos, no valor de mais de R$ 2 mil, no nome da fundação, além de gabaritos de provas.
De acordo com o promotor, o esquema funcionava através de empresas fantasmas que forneciam as notas frias para justificar os gastos da fundação. As notas eram emitidas por uma empresa em nome dos diretores da entidade e por duas gráficas com valores que passam de R$ 10 milhões.
"Foram apresentadas notas sequenciais, o que indica que eles possuíam um bloco de notas que era usado para justificar os gastos", diz Rockenbach. Os desvios também eram feitos por meio de cartões de créditos coorporativos usados para pagar chocolates, vinhos, farmácias, lojas de artigos esportivos e lojas em paraísos de compras no Uruguai.
Ninguém foi preso na manhã de hoje, mas o material reunido será usado para averiguar as denúncias, incluindo irregularidades em concursos públicos realizados pela Conesul, como a prova para oficial de Justiça de 2009, já cancelada pela Justiça por irregularidades.


Fonte: terra notícias