segunda-feira, 2 de abril de 2012

PROVA DE PORTUGUÊS DO AFRM - COMENTÁRIOS E RESPOSTAS


PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO PARA PROVIMENTO DE CARGO DE AGENTE FISCAL DA RECEITA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE – PMPA – PROVA OCORRIDA DIA 25 DE MARÇO DE 2012.

INSTRUÇÕES: O conjunto de fragmentos forma um texto de Eliane Brum com algumas adaptações. Para cada questão ou conjunto de questões há um fragmento que a essas questões se refere. Leia-o atentamente e responda ao que se pede.

FRAGMENTO 1:

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

1 - Lendo o fragmento acima, pode-se afirmar que a autora:

(A) defende a educação dada aos filhos de famílias abastadas, porque viagens planejadas são proporcionadas às crianças.
(B) afirma que a geração com a qual ela convive é de pessoas que não sabem lidar com a vida e as exigências decorrentes de “viver”.
(C) defende a geração de jovens ágeis em lidar com os aparelhos que representam a modernidade, as “ferramentas da tecnologia”, como diz.
(D) aponta solução para um problema comum na sociedade tecnológica moderna: a infelicidade e a frustração.
(E) analisa a importância que a sociedade dá ao material o que impede o atingimento da felicidade total.
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2 - No primeiro período do fragmento acima, as expressões iniciadas pela preposição COM:

(A) são complementos para a forma verbal PERCEBO.
(B) justificam a primeira vírgula do texto, porque têm a mesma função sintática.
(C) deveriam estar antecedidas da preposição DE.
(D) têm função de adjetivos para o verbo CONVIVER.
(E) são expressões de realce, portanto poderiam ser excluídas sem prejuízo à estrutura.
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3 -As relações de regência podem ser determinadas por um verbo ou um nome. Assinale a alternativa que apresenta uma relação nominal de regência, considerada a preposição grifada.

(A) Os jovens acreditam em patrimônio de felicidade.
(B) A sociedade moderna dá oportunidades de trabalho aos jovens.
(C) Ao conviver com os mais jovens, tem-se a sensação de que a felicidade é fácil.
(D) Os jovens não sabem lidar com a frustração.
(E) Realizam-se os que são adeptos do trabalho e entendem as frustrações.
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FRAGMENTO 2:

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

4 - Tendo em vista a concordância e desconsiderando qualquer outro aspecto, todas as alterações abaixo estariam corretas e admissíveis pelo padrão culto da língua, exceto:

(A) substituir a forma verbal HÁ, no início do fragmento, por EXISTIR, mantendo-se pessoa e número, tempo e modo.
(B) substituir a forma verbal NASCEM pelo singular.
(C) substituir o adjetivo COMPLACENTE pelo plural.
(D) substituir SENTEM-SE TRAÍDOS e REVOLTAM-SE por SENTE-SE TRAÍDA e REVOLTA-SE, concordando com GERAÇÃO.
(E) substituir CONCEDE por CONCEDEM.
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5 - Qual a passagem do texto em que está evidente uma posição da autora?

(A) Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas[...]
(B) Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram.
(C) E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos
(D) [...] e boa parte se emburra e desiste[...]
(E) Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia[...]
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FRAGMENTO 3:

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
____________ boa parte dessa nova geração é assim? Penso que _____ é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e ___________ de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

6 - Completam, correta e respectivamente, as lacunas do texto as palavras da alternativa:

(A) Por que – esse – proteger-lhes
(B) Porque – este – proteger-lhes
(C) Por que – esse – protegê-los
(D) Porque – este – os proteger
(E) Por que – esse – lhes proteger
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FRAGMENTO 4:

7 - As alternativas compõem o fragmento 4. Assinale aquela que não apresenta erro de ortografia e/ou acentuação gráfica.

(A) É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos comprendam como parte do processo educativo duas premiças básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento?
(B) Existe alguém que viva sem se confrontar dia apos dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
(C) Nossa classe média parece desprezar o esfôrço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa.
(D) Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina.
(E) Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda prescisam assegurar seu lugar no pais.
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FRAGMENTO 5:

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

8 - Considere as afirmativas e assinale aquela que está incorreta, considerando o fragmento acima.

(A) As formas verbais TÊM, nas duas ocorrências, são acentuadas porque o sujeito é composto e exige verbo no plural.
(B) A forma verbal PAGADO poderia ser substituída, sem prejuízo à correção, por PAGO.
(C) O substantivo EMBURRAMENTO é formado pelo processo chamado parassíntese.
(D) O ponto final depois do advérbio TERRIVELMENTE poderia, sem prejuízo à estrutura e à correção, ser substituído por uma vírgula.
(E) A autora afirma no fragmento que ninguém consegue tudo o que quer na vida.
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9 - Considere as propostas de modificação dos sinais de pontuação no fragmento acima.

I - Substituição do ponto final depois de DIREITO ( final do primeiro parágrafo) por uma vírgula, substituição da letra maiúscula por minúscula em E e o acréscimo de uma vírgula depois de FRUSTRAÇÃO.
II -O acréscimo de duas vírgulas no período que inicia o segundo parágrafo.
III - Substituição do travessão depois de LIMITAÇÕES por ponto-e-vírgula.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) Apenas II e III.
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10 - Conforme o fragmento acima,

(A) é crença popular que viver sem sofrer é fantasioso.
(B) todos os pais e filhos têm a crença de que a felicidade é um direito adquirido.
(C) o termo ANOMALIA poderia ser substituído, sem qualquer prejuízo, por anormalidade, excepcionalidade.
(D) as crianças e os adolescentes cobram dos pais uma realidade diferente da que estes prometerem.
(E) todas as crianças são criadas cientes de que têm limitações.
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FRAGMENTO 6:

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos nenhum espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
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11 - Considere os pronomes nas passagens abaixo e assinale a que apresenta pronome na função substantiva.

(A) Ninguém descobre que viver é complicado[...]
(B) [...] este momento é apenas quando a condição humana[...]
(C) Estes pais e estes filhos combinaram com a vida[...]
(D) [...] projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão[...]
(E) [...] se não temos nenhum espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão[...]
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12 - Se a passagem “A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?” fosse reescrita, o resultado correto e adequado ao texto original seria:

(A) A questão, como poderia ter formulado o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida de que seria fácil”?
(B) A questão, como poderia ter sido formulada pelo filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida de que seria fácil”?
(C) A questão, como poderia ser formulada pelo filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?
(D) A questão, como podia ser formulada pelo filósofo Garrincha, seria: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?
(E) Se a questão, como seria formulada pelo filósofo Garrincha, fosse: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?
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FRAGMENTO 7:

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

13 - Considere as afirmativas sobre o fragmento e assinale a incorreta.

(A) O fragmento inicia com uma incorreção gramatical no que se refere à colocação do pronome pessoal oblíquo ME, entretanto há permissão gramatical, quando o tom do texto é de coloquialidade.
(B) Na passagem o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos há uma situação de linguagem conotativa ou metafórica.
(C) No penúltimo período do fragmento, a autora sugere que medicamentos são dados inapropriadamente a crianças que cumprem as regras de comportamento de que delas se espera.
(D) Os dois pontos, na primeira linha do fragmento, poderiam ser substituídos por um ponto final com a
consequente substituição de minúscula por maiúscula sem prejuízo semântico ou sintático à estrutura.
(E) Família, fácil e cotidiano são palavras paroxítonas quanto à sílaba tônica.
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FRAGMENTO 8:

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

14 - Considere as afirmativas acerca das situações de concordância.

I - A forma verbal TÊM está no plural porque concorda com FILHOS.
II -A forma verbal CABERIA deveria estar no plural, porque deveria concordar com PAIS.
III- Se o substantivo RELAÇÃO, sublinhado no texto, for colocado no plural, três outras palavras do período obrigatoriamente devem ser colocadas no plural.
IV- Se, ao final da enumeração o sofrimento, o medo e as dúvidas, fosse acrescentada uma vírgula e o pronome TUDO, o verbo deveria ser colocado no singular.

Quais afirmativas estão corretas?

(A) Apenas I e II.
(B) Apenas I, II, III.
(C) Apenas II e IV.
(D) Apenas I, III e IV.
(E) Apenas I e IV.
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15 - Assinale a reescritura da passagem do texto que está clara, correta e coerente.

(A) Aos filhos cabe fingir felicidade ( e como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar : e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade[...]
(B) Aos filhos cabe fingir felicidade ( e, porque não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, porquanto estas são as mais fáceis de alcançar) e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade[...]
(C) Aos filhos cabe fingir felicidade: e, quando não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, ainda que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade[...]
(D) Os filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, visto que estas são as mais fáceis de alcançar – e os pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade[...]
(E) Aos filhos, cabe fingir felicidade, e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais, cabe fingir ter a possibilidade, de garantir a felicidade
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FRAGMENTO 9:

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

16 – Analise as afirmativas abaixo.

I - Considerando que este fragmento é continuação do fragmento 8, pode-se afirmar que DISSO estabelece relação com uma idéia já expressa.
II - O pronome relativo QUE, na última oração do fragmento tem como termo antecedente o pronome demonstrativo.
III- Em E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo, a função do primeiro QUE é a mesma que a do segundo QUE.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) Apenas I e II.
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FRAGMENTO 10:

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

17 - Da leitura do fragmento acima, pode-se identificar:

(A) conselhos que a autora dá aos pais para manter os filhos atualizados.
(B) críticas que a autora faz ao modo inadequado de tratamento dos filhos em relação aos pais.
(C) constatações de como a vida é e sugestões aos pais de como devem agir com os filhos.
(D) orientações para o pai de família que chega cansado a sua casa depois de um dia de trabalho.
(E) imposições categóricas à educação dos jovens de famílias abastadas.
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18 - Considere para a questão os pronomes grifados no fragmento - na ordem em que aparecem - e assinale a alternativa que apresenta a relação coesiva incorreta.

(A) O pronome possessivo SUAS retoma o substantivo POSSIBILIDADES.
(B) O pronome possessivo SUA retoma o pronome de tratamento VOCÊ.
(C) O pronome relativo QUE retoma o substantivo MOVIMENTO.
(D) O pronome possessivo MEU retoma o substantivo PAIS.
(E) O pronome relativo QUE retoma O.
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FRAGMENTO 11:

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

19 – Analise as afirmativas abaixo.

I - O fragmento acima, que é a conclusão da tese de Eliane Brum, nos permite afirmar que a autora centrou
o tema do texto na relação entre pais e filhos e as decorrências disso, deixando evidente sua posição em relação a sua tese.
II - No primeiro período do texto, estaria correta a inclusão de uma vírgula antes do E.
III- O substantivo FELICIDADE é formado pelo acréscimo de um sufixo e tem sua origem num adjetivo.
IV - O substantivo PACIÊNCIA é acentuado por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente ou por ser uma proparoxítona eventual ou relativa.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I e III.
(B) Apenas II e III.
(C) Apenas I, II e IV.
(D) I, II, III e IV.
(E) Apenas I e IV.
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20 - Após a leitura de todos os fragmentos, pode-se afirmar que a autora:

(A) tratou de um tema já ultrapassado, porque os pais não agem assim com os filhos.
(B) posicionou-se de forma categórica e radical em relação à educação dos filhos.
(C) tratou de um tema atual, numa linguagem acessível a qualquer nível de leitor, sugerindo ações eficientes para o problema apontado.
(D) apontou sugestões que devem ser seguidas por todos os pais que têm filhos adolescentes.
(E) tratou do tema de forma distante e irreal, já que não conhece a realidade que foi enfocada no texto.
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COMENTÁRIOS E RESPOSTAS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO PARA AGENTE FISCAL DA RECEITA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE – PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE – BANCA DA FUNDAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO SUL – FMP – PROCESSO DE SELEÇÃO OCORRIDO EM PRIMEIRA ETAPA NO DIA 25 DE MARÇO DE 2012

QUESTÃO 1 – Interpretação de texto

No fragmento 1, a autora afirma que a geração com a qual ela convive é de pessoas que não sabem lidar com a vida e as exigências decorrentes de “viver”. Não há defesa da educação dada aos filhos de famílias abastadas, nem referência a viagens planejadas, portanto está errada a assertiva (A), nem defende a geração de jovens ágeis em lidar com aparelhos que representam a modernidade, o que invalida a opção (C). De igual forma, no fragmento 1, a autora não aponta solução para infelicidade e frustração, desfazendo-se a alternativa (D). A autora reserva-se ao argumento de que os jovens são a geração ao mesmo tempo mais preparada e menos preparada, porque domina as tecnologias, mas não sabe lidar com frustrações, nem conhece o esforço. Também não analisa a importância que a sociedade dá ao material que impede a felicidade total, porque não atribui felicidade às ferramentas do mundo moderno, o que desfaz a afirmação contida na opção (E).

Resposta: B.
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QUESTÃO 2 – Regência verbal e nominal

No trecho “Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande...” (1ª período o fragmento 1), os trechos iniciados pela preposição “com” (sublinhadas) atendem à complementação do verbo “conviver”, funcionando como introdução ao objeto indireto exigido pelo referido verbo.
Portanto está errada a assertiva (A), porque não são complementos do verbo “perceber” (em “percebo”), que inicia a oração seguinte. Também não deveriam estar precedidas da preposição “DE”, porque o verbo “conviver” exige apenas “com”, o que invalida a alternativa (C). Está errada a opção (D), porque os trechos iniciados por “com” são objetos indiretos de “conviver”, não tendo função de adjetivos, da mesma forma que está incorreta a opção (E), porque a preposição “com” é exigida por “conviver” e seu uso é obrigatório, não sendo de realce.

Resposta: B.
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QUESTÃO 3 – Regência verbal e nominal – ANULADA PELA BANCA NA DIVULGAÇÃO DO GABARITO

A banca solicita ao candidato que aponte entre as alternativas a que apresenta uma relação nominal de regência, deixando expressa a instrução de que se considere a preposição grifada, mas não grifa nenhuma preposição em qualquer alternativa.
Na opção (B), há estrutura de regência nominal em “oportunidades de trabalho”, em que a expressão sublinhada é complemento nominal de “oportunidades”. Na opção (C), a construção “sensação de que a felicidade é fácil” apresenta complemento nominal (sublinhado), que integra o sentido de “sensação”. Na alternativa (E), em “adeptos do trabalho”, a expressão sublinhada é complemento nominal de “adeptos”.
Observe-se, então, que há três situações de regência nominal nas alternativas apresentadas nesta questão. Em razão de a banca, por nítida ausência de revisão, não ter grifado as preposições, indicou, por ocasião da divulgação do gabarito, como anulada, ex officio.
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QUESTÃO 4 – Concordância verbal

Quanto à assertiva (A), está correta a sugestão de substituir “HÁ” por “EXISTE”, porque o objeto do verbo “haver” está no singular e passará a ser sujeito com o verbo “existir”. Observe-se: “Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios...” por “Existe uma geração de classe média que estudou em bons colégios...”.
Errada a sugestão contida na assertiva (B), porque, no trecho “Ou que já nascem prontos”, não se pode substituir “nascem” por “nasce”, já que o predicativo está no plural. O verbo poderia ir para o singular em relação ao sujeito, que poderia ser considerado “Uma geração”, mas não em relação ao predicativo “prontos”, que deveria ser também levado para o singular.
Em relação à opção (C), no trecho “... onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente”, pode-se pluralizar “complacente”, porque estará concordando com “um pai ou uma mãe”. Correta a sugestão.
É correta a sugestão da substituição de “sentem-se traídos” e “revoltam-se” por suas formas singulares, “sente-se traída” e “revolta-se”, na alternativa (D), haja vista que o referente pode “Uma geração”, com núcleo no singular: “Uma geração... “ ... “sente-se traída e revolta-se”.
No trecho “... onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede”, pode-se substituir “concede” por sua forma plural “concedem”, considerando-se “pai” e “mãe” como núcleos. Está correta a assertiva (E.

Resposta: B.
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QUESTÃO 5 – Interpretação de texto

A passagem em que está evidente uma posição da autora encontra-se na opção (C). Observe-se que, na construção “E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos”, o segmento “porque obviamente não acontece” é uma clara posição da autora.
Nas opções (A), (B), (D) e (E), a autora descreve ou narra situações que enxerga no cotidiano, relatando apenas o que ocorre e não empregando suas impressões pessoais.

Resposta: C.
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QUESTÃO 6 – Emprego de “porquês”, pronomes demonstrativos, colocação pronominal e regência verbal

O trecho “_______________ boa parte dessa nova geração é assim?” encerra uma pergunta direta, cuja lacuna deve ser preenchida com “Por que”, separado e sem acento, grafia que se utiliza em interrogações diretas e indiretas. Logo “Por que boa parte dessa nova geração é assim?”
No segmento “Penso que _______________ é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje”, a lacuna deve ser preenchida com “esse”, por se tratar de pronome demonstrativo referente a algo que já foi registrado no texto. Dessa forma, a redação será “Penso que esse é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje”.
Com relação ao segmento “Pais fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e ____________ de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade”, a lacuna deve receber a forma verbal enclítica (= pronome em ênclise, isto é, depois do verbo) “protegê-los”. Deve-se utilizar ênclise porque não há elemento de atração que suporte próclise (= pronome antes do verbo); deve-se utilizar “os”, que se transforma em “los” em razão de o verbo terminar em “r”, porque se trata de objeto direto, já que “proteger” é verbo transitivo direto (quem protege protege alguém ou alguma coisa).

Resposta: (C).
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QUESTÃO 7 – Ortografia e acentuação gráfica

A opção (A) apresenta erro na palavra “premiça”, que deve ser grafada “premissa”.
Na alternativa (B), faltou indicar acento gráfico na preposição “após”, que aparece grafada “apos”.
Quanto à assertiva (C), está errado o acento gráfico em “esfôrço”, que não leva acento: “esforço”.
Na opção (E), a forma verbal “prescisam” aparece grafada com “SC”, quando deve ser “precisam”.

Resposta: D.
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QUESTÃO 8 – Interpretação de texto, concordância verbal, conjugação verbal e formação de palavras

A forma verbal “têm”, no trecho “ Pais e filhos têm”, é acentuada porque concorda com sujeito composto. Já no trecho “... mas não têm o menor preparo...”, a forma verbal está acentuada porque seu sujeito é “jovens”, portanto simples, não composto. Errada, por essa razão, a opção (A).
No trecho “Pais e filhos têm pagado...”, a forma do particípio “pagado” poderia ser substituída por “pago”, sem prejuízo da correção, até porque a forma culta do particípio de “pagar” é “pago”. Correta a afirmação (B).
O substantivo “emburramento” é formado pelo processo parassintético, uma vez que a palavra só existe na presença de prefixo e sufixo, só podendo ser empregada com os dois afixos (= prefixo e sufixo) simultaneamente. Correta a afirmação (C).
No trecho “E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas...”, o ponto-final depois de “terrivelmente” poderia, sem prejuízo da estrutura e da correção gramatical, por vírgula, já que se trata de duas orações coordenadas. O resultado será “E o pior é que sofrem terrivelmente, porque possuem muitas habilidades e ferramentas...”. Correta a opção (D).
No final do fragmento 5, a autora deixa claro que “... ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer”. Correta a alternativa (E.

Resposta: A.
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QUESTÃO 9 – Pontuação

No trecho “... de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso”, pode-se substituir o ponto-final por vírgula, fazendo-se o acerto do “E” de maiúsculo para minúsculo e colocar vírgula logo depois de “frustração”. A oração pode ser alterada na primeira sugestão, porque se trata de duas orações coordenadas, sendo a segunda iniciada por “e”, com vírgula antes, pois de trata de sujeitos diferentes. E a última sugestão marcaria a supressão intencional do verbo. Observe-se a frase já com as modificações: “... de que a felicidade é um direito, e a frustração, um fracasso”. Correta a afirmação I.
Quanto ao trecho “Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido”, caberia vírgula antes da oração subordinada final “para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens” e caberia vírgula antes da oração iniciada por “ao descobrir...”, ficando com a seguinte redação: “Basta andar por esse mundo, para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens, ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido”. Portanto há, no contexto, possibilidade para se inserirem duas vírgulas. Correta a opção II.
No trecho “Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que sejam consegue tudo o que quer”, o travessão não pode ser substituído por ponto-e-vírgula, porque se trata de duas orações coordenadas, ligadas por “e”. O travessão tem apenas força de leitura, destacando o último trecho, o que significa não ser substituível por ponto-e-vírgula. Errada a assertiva III.

Resposta: D.
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QUESTÃO 10 – Interpretação de texto e semântica

Não há, no texto, suporte para se afirmar que, conforme o fragmento, seja crença popular que viver sem sofrimento é fantasioso, nem mesmo que todos os pais e filhos têm a crença de que felicidade é um direito adquirido. Nesse último caso, afirma-se que pais e filhos têm pago caro por essa crença, mas não afirma que pais e filhos tenham tal crença Errada, portanto, as assertivas (A) e (B).
No trecho “De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido”, pode ser substituída a expressão “anomalia” por anormalidade”, ou “excepcionalidade”, em qualquer prejuízo ao texto. Observe-se o trecho com a substituição sugerida: De que as dores inerentes a toda vida são uma anormalidade e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido”. Correta a sugestão oferecida na opção (C).
Segundo o fragmento, os jovens se espantam e se magoam ao descobrir que a vida não é como lhes prometeram seus pais. Não há, no texto, notícia de que os jovens cobrem dos pais uma realidade diferente da que estes lhes prometeram. Errada, dessa forma, a opção (D).
O texto faz referência ao fato de que os jovens não imaginam que viver é também aceitar limitações, mas não alude à afirmação de que as crianças sejam criadas cient es de que possuam limitações. Errada a alternativa (E).

Resposta: C.
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QUESTÃO 11 – Pronomes e suas funções

A construção reproduzida na alternativa (A) contém pronome na função substantiva. No trecho “Ninguém descobre que viver é complicado”, o pronome “que” cumpre função de conjunção integrante do verbo “descobrir”, podendo ser a oração substituída por um substantivo: “Ninguém descobre a complicação de viver”. Esta é a opção em que o pronome se apresenta na função substantiva.
Nas assertivas (B) e (C), os pronomes “este” (B) e “estes” (C), nas duas ocorrências, funcionam como demonstrativos, não apresentando função substantiva.
O pronome “nenhum”, na opção (D), é indefinido, e o pronome “se”, na alternativa (E) é conjunção subordinativa adverbial condicional. Em nenhum deles, há função substantiva.

Resposta: A.
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QUESTÃO 12 – Reconstrução de frases

A reescritura da cosntrução “A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?” está correta na alternativa (C): A questão, como poderia ser formulada pelo filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?

Nas opções (A) e (B), aparece a preposição “de” antes de “que” no segmento “combinaram com a vida que seria fácil”. Não há termo que esteja regendo preposição, razão por que estão erradas as duas construções.

Quanto à alternativa (D), houve torça do tempo verbal de “poderia”, conforme o original, para “podia”, o que é erro.

Na assertiva (E), o verbo “poder”, em “poderia”, conforme está no original, foi mudado para o verbo “ser”, em “seria”, o que difere da construção do enunciado e incorre em erro.

Resposta: C.
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QUESTÃO 13 – Diversos aspectos gramaticais

Está errada a interpretação apresentada na opção (C), porque não há a informação de que medicamentos sejam aplicados inapropriadamente, apenas diz que se aplicam medicamentos.

As demais alternativas estão corretas.

Resposta: C.
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QUESTÃO 14 – Concordância verbal

Questão com defeito de impressão e revisão por parte da banca da FMP. Na assertiva III, há referência sobre a palavra “relação” estar sublinhada no texto. Ela não aparece sublinhada no texto e, ainda, há duas ocorrências da palavra “relação”, uma no primeiro período e outra no terceiro período do primeiro parágrafo do fragmento 8, o que impede o candidato de avaliar a proposta.
A questão deve, por medida de justiça, ser anulada.
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QUESTÃO 15 – Clareza, coerência e correção (em especial pontuação)

Na assertiva (A), falta registrar a primeira vírgula do segmento “como não conseguem”.
Na opção (C), está errado o emprego de dois-pontos depois de felicidade, pois ali não se introduz citação ou explicação.
A construção da alternativa (D) apresenta erro na ausência da preposição “a”, em “Os filhos...”, que deve ser “Aos filhos...”.
Há dois erros de pontuação na construção da alternativa (E): falta registrar a primeira vírgula no segmento “aos pais” e deve ser retirada a vírgula depois de “possibilidade”, que separa o substantivo de seu complemento nominal.

Resposta: B.
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QUESTÃO 16 – Pronomes

Correta a afirmação I, porque a contração da preposição “de” com o pronome demonstrativo “isso”, em “disso”, no trecho “ O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem”, retoma ideia expressa no fragmento anterior.

No segmento “mas aquela que paralisa”, na última oração do fragmento 9, retoma o pronome demonstrativo “aquela”. Correta a afirmação II.

No fragmento “E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo”, o primeiro “que” exerce a função de conjunção subordinativa integrante, ligada ao verbo “fingir”; o segundo “que” funciona como pronome relativo. Portanto não exercem igual função. Errada a assertiva III.

Resposta: E.
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QUESTÃO 17 – Interpretação de texto

Da leitura do fragmento 10, é possível identificar constatações de como a vida é e sugestões aos pais de como devem agir com os filhos, portanto está correta a assertiva (C).
As demais impressões contidas nas assertivas (A), (B), (D) e (E) não aparecem no texto.

Resposta: C.
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QUESTÃO 18 – Pronomes

O pronome “suas”, no trecho “Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade”, retoma “jovens”, não “possibilidades”, portanto está errada a assertiva (A).

As demais relações, nas alternativa (B), (C), (D) e (E), estão corretas.

Resposta: A.
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QUESTÃO 19 – Interpretação de texto, pontuação, estrutura e formação de palavras e acentuação

Correta a assertiva I, porque no fragmento 11 a autora conclui sua tese e deixou evidente sua posição quanto à relação entre pais e filhos.

No trecho “Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência”, pode-se registrar vírgula antes do “e”, por se tratar de orações de sujeitos diferentes. Correta a assertiva II.

A palavra “felicidade” é decorrente do acréscimo do sufixo “dade” ao adjetivo “feliz”. Correta a assertiva III.

Correta a assertiva IV, porque “paciência” é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo crescente.

Resposta: D.
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QUESTÃO 20 – Interpretação de texto

O tema do texto não é ultrapassado, pois se trata das relações entre pais e filhos na sociedade moderna, nem tratou do tema de forma distante e irreal, porque utilizou imagens atuais e experiências pessoais da realidade momentânea, portanto estão erradas as assertivas (A) e (E).

A autora não se posicionou radicalmente em relação à educação dos filhos, nem apontou sugestões que os pais devem seguir na educação de filhos apenas adolescentes, pois há referência a crianças e jovens. Erradas, portanto, as assertivas (B) e (D).

Resposta: C.
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Um comentário:

  1. a questão de número 11 é fantástica...muito prazer...um abraço prof.Menegotto.
    sandra olliveira.

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