O texto abaixo é base para a questão 902.
Praia é uma república _________ todos são iguais perante o Sol. Nenhuma democracia social é tão adiantada quanto a praia, _________ as raças não apenas convivem como fazem tudo para se tornarem iguais. Suam, literalmente, para diminuir suas diferenças. Os brancos tentam ficar marrons, embora às vezes só fiquem vermelhos, os marrons ficam pretos e os pretos já estão prontos. A praia também é a democracia econômica com que tantos sonham. A não ser no detalhe – uma barriga mais próspera, um par de óculos escuros obviamente mais caro – não há como ostentar riqueza na praia. Não existem guarda-sóis-mansões e guarda-sóis-populares, ou sombra de luxo ou sombra conjugada. Além disso, o mesmo isopor que traz o champanha traz a farofa. Na praia, todo o mundo é posseiro e ninguém é proprietário. E não há conflitos territoriais, a não ser causados por boladas de frescobol, que são resolvidos no grito. Gosto, sim, de praia. Talvez fique uns quatro dias numa, algum dia. (VERISSIMO, Luiz Fernando. Os que ficam. In: Fonseca, J. e Verissimo, LF. Traçando Porto Alegre. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1995. PP. 109-110)
902. Entre as expressões abaixo, aquela que, substituindo “embora”, no trecho “Os brancos tentam ficar marrons, embora às vezes só fiquem vermelhos“, alteraria o significado da frase é
(A) mesmo que.
(B) não obstante.
(C) se bem que.
(D) visto que.
(E) ainda que.
Comentários.
Questão sobre conjunções subordinativas.
No trecho “Os brancos tentam ficar marrons, embora às vezes só fiquem vermelhos“, a conjunção “embora”, que é subordinativa adverbial concessiva, traduz ideia de oposição. De igual forma as conjunções “mesmo que”, “não obstante”, “se bem que” e “ainda que”, que são sinônimos de “embora”, manteriam a ideia original do texto.
A conjunção “visto que” é subordinativa adverbial causal, indicando ideia de causa. Seu emprego no lugar de “embora” alteraria a ideia do texto.
Resposta: D.
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