terça-feira, 18 de setembro de 2012

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA ANALISTA DO TJRS - REALIZADA EM 15 DE SETEMBRO DE 2012


Questão 01

Questão regência verbal com emprego de pronomes relativos.

Quanto à primeira lacuna, no trecho “As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados _________ o escritor Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e periódicas” (l. 08-11), deve ser preenchida com “com que” ou “com os quais”, exigidos por “definir”: o escritor Jorge Luis Borges define a sua fantástica biblioteca “com” algo, portanto “com que” ou “com os quais”, por se referir a “predicados”. A banca optou por “com que”.

Na segunda lacuna, no trecho “Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie de otimismo...” (l. 12-13), deve aparecer o pronome relativo “como”, pois está expressa ideia de relativização entre a “forma” e o verbo “oferecer”.

Na terceira e última lacuna, no trecho “... nem a resposta periódica _______ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano podem nos ajudar a formular...” (l. 32-34), deve aparecer apenas o pronome relativo “que”, pois o verbo “formular”, na locução verbal “podem ajudar a formular”, é o principal e é transitivo direto, pois quem formula formula algo, não exigindo preposição.

RESPOSTA: C.
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Questão 02

Questão sobre semântica e interpretação de texto.

Errada a assertiva I, porque “uma espécie de otimismo cético” (l. 13-14) não tem relação com a descrença no alcance da plenitude do conhecimento pela humanidade, mas com o racionalismo, que apresenta tal tipo de característica.

Correta a assertiva II, pois “trincos burocráticos” e “trancas comerciais” (l. 24-25) indicam contraposição ao acesso livre a fontes de dados virtuais.

Errada a assertiva III, porque a expressão “uma Babel feita do paradoxo do conhecimento” (l. 29) não enfatiza obscurantismo, nem confusão gerada pelo mundo da informação virtual. A expressão está relacionada ao fato de que, quanto mais se sabe, mais se tem a saber.

Resposta: B.
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Questão 03

Questão sobre equivalência de estruturas.

No trecho “Entre as transformações acarretadas e tornadas possíveis pelas tecnologias...” (l. 01-02), a substituição de “tornadas possíveis” por “ensejadas” não acarretaria mudança de sentido contextual, pois “tornadas possíveis” traduz ideia de que as transformações foram obtidas, conseguidas, equivalente a “ensejadas” indica que as transformações foram oferecidas, já que “ensejar” significa “dar ensejo”, oferecer oportunidade, o que não difere da mensagem original do texto. A sugestão da assertiva I, portanto, mantém a ideia do texto.

Quanto à assertiva II, na sequência “... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...” (l. 04-06), a substituição de “não fosse por” por “afora”, mantém o sentido original do texto e preserva a correção gramatical. Observe-se o trecho com a substituição sugerida: ““... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, afora outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...”.

Com relação à assertiva III, a substituição de “só”, no trecho “... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...” (l. 04-06), determinaria a redação ““... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, exclusivamente do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...”, mantendo-se o sentido original da mensagem e a correção gramatical.

Na sequência “... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...” (l. 04-06), objeto da IV afirmação, a inserção de “já” antes de “representam” geraria a cosntrução ““... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, já representam uma revolução...”, porque a ideia está relacionada ao segmento “não fosse por outros motivos”, mantendo a ideia original do texto e a correção gramatical.

Resposta: E.
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Questão 04

Questão sobre concordância verbal (identificação do sujeito e outras funções).

No trecho “... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução...” (l. 04-06), as formas verbais “considerados”, “representam” e “constituem” têm como sujeito “... grandes acervos de obras e de periódicos”. Portanto estão erradas as alternativas (B), (C) e (D).

Quanto à opção (E), a palavra “bibliotecas”, no trecho “... grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução na forma de acesso às bibliotecas que constituem...” (l. 04-07), é núcleo do complemento nominal “às bibliotecas”, que integra o sentido do substantivo “acesso”. Errada, portanto, a alternativa (E).

Resposta: A.
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Questão 05

Questão sobre pontuação e conjunções.

No trecho “As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados com que o escritor Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e periódicas” (l. 08-11), os dois-pontos introduzem explicação, revelando quais os “predicados”. No caso, podem ser substituídos, mantendo-se o sentido original da mensagem, por “já que”.
O nexo “por isso”, na opção (A), indica ideia de conclusão; na (C), “além do que” traduziria ideia de existência de outras grandezas, ali não tratadas, nem entendidas; nas opções (D) e (E), os nexos “se bem que” e “no entanto” revelam, respectivamente, ideias de concessão e oposição, incabíveis no trecho.

Resposta: B.
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Questão 06

Questão sobre equivalência de estruturas (oração reduzida).

No trecho “... quanto mais se sabe, mas há para saber, de modo que, o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta...” (l. 30-32), a oração reduzida de gerúndio “o máximo sendo também o mínimo” traduz ideia de causa, podendo ser substituída, mantendo-se equivalência de sentido, por “visto ser o máximo também o mínimo”, “haja vista ser o máximo também o mínimo”, ou ainda outras formas.

Na opção (A), a locução conjuntiva “a despeito de” traduz ideia de oposição; nas opções (B) e (C), respectivamente, as locuções conjuntivas “contanto que” e “a não ser que” indicam ideia de condição; na alternativa (D), “a fim de que” revela finalidade;

Resposta: E.
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Questão 07

Questão sobre conjunções.

No trecho “quando não há trincos burocráticos e trancas comerciais” (l. 24-25) estabelece ideia de condição no período em que ocorre.

Observe-se que a conjunção “quando” está empregada no sentido de “se”, ou “desde que”: “se não houver trincos burocráticos e trancas comerciais” ou “desde que não haja trincos burocráticos e trancas comerciais”.
Resposta: A.
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Questão 08

Questão sobre classes gramaticais e funções sintáticas.

Errada a assertiva I, porque o vocábulo “uma”, no trecho “uma, outra, outra mais” (l. 22-23), funciona como artigo indefinido.

Correta a opção II, porque, no trecho “... e do conhecimento às sociedades que o originaram...” (l. 26-27), o pronome “o” funciona como objeto direto de “originaram”.

Errada a assertiva III, pois o verbo “entrever”, no trecho ”nem a pergunta ilimitada, nem a resposta periódica que os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever” (l. 32-35), o verbo “entrever” tem como objeto “a pergunta ilimitada” e “a resposta periódica”. Os livros e revistas... é que podem nos ajudar ... a entrever a pergunta ilimitada e a resposta periódica.

Resposta: B.
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Questão 09

Questão sobre semântica e interpretação de texto.

A lacuna da linha 05 deve ser preenchida pelo advérbio “irremediavelmente”, porque, considerando-se a ideia veiculada, o morto passava ao pretérito de forma definitiva, sem poder retornar, portanto “irremediavelmente”. Não contêm coerência com a ideia do texto os advérbios “transitoriamente” (ou seja, por um tempo) e “paradoxalmente” (gerando ideia de contradição, ausente no trecho).

Com relação à lacuna da linha 31, poderia ser preenchida tanto por “tagarelice” quanto por “garrulice”, que, significando hábito de falar muito, de tagarelar, de loquacidade exagerada, são sinônimos.

Por sua vez, a lacuna da linha 34 poderia ser preenchida por “instiga” ou “insta” (do verbo “instar”), já que, no contexto, significaram “pedir com insistência”, “convencer”.

Na “combinação das respostas, preenchem as lacunas das linhas 05, 31 e 34 as palavras “irremediavelmente”, garrulice” e “insta”.

Resposta: E.
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Questão 10

Questão sobre crase.

No trecho “... no encadear de palavras que leva ____ uma revelação...” (l. 21), a lacuna deve ser preenchida apenas com a preposição “a”, porque não há crase antes “uma” seja artigo ou pronome indefinido.

No caso da lacuna da linha 23, apenas o artigo “a” deve ser registrado, porque o trecho “muito menos a morte” é complemento de “explicar”, e quem explica explica alguma coisa. Observe-se: “... mesmo que esta não explique nada, muito menos (explique) a morte”.

No trecho “... tenha recorrido ______ literatura...” (l. 40-41), a lacuna deve ser preenchida com crase, pois “recorrer” exige preposição “a” e a palavra “literatura” é feminina”. Portanto “... tenha recorrido à literatura...”.

Com relação à lacuna da linha 42, no trecho “... negar ______ morte o seu triunfo”, deve haver crase, pois quem nega nega algo a alguém ou a alguma coisa. Logo ““... negar à morte o seu triunfo”.

Resposta: D.
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Questão 11

Questão sobre interpretação de texto.

O texto trata essencialmente da possibilidade de relativização da morte na perspectiva do texto literário, pois, em Becket, quem morre mudo de tempo verbal, e em Thomas, também se morre, mas ele estimula a ninguém se entregar à morte sem lutar, tirando da morte o seu domínio. Essa é a essência do texto.

Não pode ser considerada a afirmação contida na opção (A), porque não se trata essencialmente do significado de alguns tempos verbais. De igual forma, não se pode significar como essencial, no texto, a loquacidade dos personagens de Becket, porque isso é uma passagem secundária. Não há verdade na opção (D), pois o texto não tem como essência as funções da literatura. E a afirmação contida na alternativa (E) está errada, porque o texto trata essencialmente da possibilidade de relativização da morte a partir da análise que o autor faz de algumas visões das obras de Becket e Thomas, e não a respeito da incompreensão humana em geral a respeito da morte.

Resposta: B.
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Questão 12

Questão sobre compreensão de texto.

O texto não trata, em nenhum trecho, de que a literatura nos permita compreender a morte, portanto está errada a assertiva I.

Errada a afirmação II, porque, além de trazer elementos estranhos ao texto, ainda faz uma afirmação inexistente, que é o fato de a literatura produzir ruído que pode nos afastar da morte. O que se diz no texto é que os personagens de Becket falam muito, o que na visão humorística do autor serve para fazer barulho e afastar a morte.

Correta a afirmação III, porque o texto veicula que trata a morte como uma mudança de tempo verbal, como Becket trata a morte, é um modo de suavizar seus efeitos, ou seja, um eufemismo.

Respostas: C.
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Questão 13

Questão sobre pontuação.

No trecho “O próprio Becket só escreveu sobre isto: a busca de uma trama, qualquer trama, por trás do aparente absurdo da experiência humana” (l. 17-19), os dois-pontos podem ser substituídos por vírgula ou por travessão, pois se trata de aposto, ou seja, a revelação do que Becket escreveu. O aposto, quando colocado no final, poderá ser introduzido por dois-pontos, por vírgula ou por travessão, causar alteração no sentido original da frase, nem incorrer em erro gramatical, mas nunca por ponto-e-vírgula, pois não se trata de coordenadas de sentidos opostos, mas complementares. Portanto está errada a afirmação I.

Com relação à afirmação II, no trecho “A literatura tem essa função, a de uma fogueira no meio da escuridão da qual a morte nos espreita. Ou de uma matraca contra o silêncio final” (l. 28-30), o ponto após “espreita” poderá ser substituído por travessão sem causar alteração no sentido original da frase, nem incorrer em erro gramatical, desde que se ajuste a conjunção “Ou” com inicial minúscula. O resultado será “A literatura tem essa função, a de uma fogueira no meio da escuridão da qual a morte nos espreita – ou de uma matraca contra o silêncio final”. No caso, o travessão ou vírgula seriam sinais corretos de pontuação. Correta a afirmação II.

A afirmação III sugere a substituição do ponto que antecede a conjunção “Mas” (l. 48) por vírgula, o que é perfeitamente natural, já que com o “Mas” se inicia oração coordenada sindética adversativa. Observe-se o trecho original: “Diz-se que quem morreu ‘já era’, o que é o mesmo que dizia Becket com mais sensibilidade. Mas Becket queria dizer mais”. Observe-se, agora, o trecho com vírgula no lugar de ponto: “Diz-se que quem morreu ‘já era’, o que é o mesmo que dizia Becket com mais sensibilidade, mas Becket queria dizer mais”. Considere-se o ajuste de “Mas” para “mas”. Correta a afirmação III. A banca indicou como gabarito a alternativa (B), considerando incorreta a afirmação III, o que enseja recurso.

Resposta: passível de recurso.
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Questão 14

Questão sobre equivalência de estruturas (reconstrução de frases).

O trecho “A migração do morto, em vez de ser da vida para o nada, era só entre categorias verbais” (l. 09-11) mantém o sentido original do texto e respeita a norma gramatical na reescritura da assertiva I: “A migração do morto, em vez de ser da vida para o nada, era tão-somente entre categorias verbais”. Observe-se que a expressão adverbial “tão-somente” é escrita com hífen.

Está errada a reconstrução da assertiva II, porque ali se lê “imigração”, quando o texto original registra “migração”. Portanto não conserva o sentido original.

Está errada também a reconstrução III, porque “em vez de” equivale a “em lugar de”, não havendo ideia de oposição traduzida por “ao contrário”, já que não se trata de elementos opostos. Não há, dessa forma, conservação do sentido original.

Resposta: A.
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Questão 15

Questão sobre concordância.

No trecho “Os personagens de narrativas literárias mudam do tempo presente para o tempo passado, mas continuam no mundo, mesmo que no mundo restrito dos livros e das estantes” (l. 49-52), a substituição de “Os personagens” por “O personagem” implicará ajuste de flexão em mais três palavras, a saber: “O personagem de narrativas literárias muda do tempo presente para o tempo passado, mas continua no mundo, mesmo que no mundo restrito dos livros e das estantes. Salvo, talvez, os cupins e as traças, nada ameaça a sua perenidade. ‘É’ eternamente”. Alteram-se, portanto, as formas verbais “mudam” para “muda”, “continuam” para “continua” e “São” para “É”.

Resposta: B.
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Questão 16

Questão sobre funções do “que”.

No trecho “dizia que quem morria passava para outro tempo”, o vocábulo “que” exerce função de objeto (na verdade introduz o objeto) na oração, não de sujeito. Errada a assertiva I.

A função da palavra “que”, no trecho “Podemos nos imaginar como protagonistas de uma trama, que mesmo quando não é clara indica alguma coerência em algum lugar” (l.13-16), é de introduzir oração subordinada explicativa, o que pode ser observado pelo registro de vírgula. Correta a afirmação II.

Quanto à palavra “que”, no trecho “...ou um sentido que faça sentido...” (l. 19-20), há a função de introduzir oração adjetiva restritiva, o que pode ser observado pela ausência de vírgula. Não funciona, portanto, como introdutor de aposto. Errada a assertiva III.

No segmento “Diz-se que quem morreu ‘já era’, o que é o mesmo que dizia Becket com mais sensibilidade” (l. 47-48), o “que” destacado funciona como objeto direto de “dizer”. Correta a afirmação IV.

Resposta: D.
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Questão 17

Questão sobre crase.

No trecho “... mostra um breve plano geral do campo ______ que pertence o experimento científico...” (l. 04-05), a lacuna deve receber apenas preposição “a”, porque não há artigo antes de “que” no caso.

Na lacuna da linha 07, deve aparecer “à”, em razão de ali estar uma locução adverbial feminina: “... à maneira de tantos filmes...” (= ao jeito).

Quanto ao trecho “... que servem de base _____ crônicas ...” (l. 32-33), a lacuna deve receber “a” (somente preposição), ou “às” (preposição e artigo contraídos e indicados pelo sinal de crase), porque o segmento “servem de base” exige preposição “a” e o substantivo “crônicas” pode exigir artigo “as”. Portanto as duas formas válidas são “... servem de base a crônicas...”, ou “servem de base às crônicas...”.

Com relação ao trecho “... mas recorrendo ______ comparações...”, a lacuna pode ser preenchida com “a” (apenas preposição), porque o verbo “recorrer” assim exige”, ou com “às” (preposição contraída com artigo, com sinal indicativo de crase), em razão de o substantivo “metáforas” ser feminino.

Combinadas as possibilidades oferecidas na chave de respostas, a sequência é “a – à – às – a.

Resposta: A.
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Questão 18

Questão sobre concordância verbal.

A lacuna da linha 57 deve ser preenchida com “ia”, porque se trata de verbo que deve ficar no singular, por se tratar de terceira pessoa do singular: “Poder-se-ia dizer...”.

Na lacuna da linha 59, deve ser registrado “evitam”, no plural, porque se refere a “seus textos” (l. 57), segmento que funciona como sujeito de “evitar”.

Com relação à lacuna da linha 89, deve ser registrada a forma verbal “abrange”, no singular, porque tem como sujeito “a imensa diversidade de interesses”, cujo núcleo é “diversidade”.

Resposta: B.
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Questão 19

Questão sobre interpretação de texto.

Errada a opção (A), porque não há no texto informação de que os termos técnicos utilizados em publicações científicas em geral encobrem a essência das descobertas relatadas, a exemplo da citações das revistas “Nature” e “Science” (l. 32).
Errada a opção (B), pois não há, no texto, informação de que a organização textual dos trabalhos científicos procura tomar como exemplo ou modelo a estrutura de movimento de câmera em determinados filmes. Isso, segundo o texto, ocorre de forma exemplificativa com as crônicas de Reinach, não com os textos científicos.

Errada a assertiva (C), pois quem recorre a metáforas e comparações é Reinach, não o jornalismo científico em geral.

Errada a assertiva (D), porque, no trecho compreendido entre as linhas 57-61, fica claro que Reinach evita citar nomes de instituições e cientistas responsáveis pelos experimentos que são objeto de suas crônicas.

Correta a opção (E), pois Reinach contou com a ajuda de um jornalista para aprimorar um estilo particular de escrever sobre ciência que se afasta do padrão jornalístico, o que pode ser comprovado pelo segmento compreendido na linha 61. Observe-se que, se a autora afirma que não citar nomes de cientistas ou instituições é estranho ao jornal de notícias, o que sustenta que o estilo do autor se afasta do padrão jornalístico.

Resposta: E.
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Questão 20

Questão sobre emprego de pronomes e seus referentes.

No trecho “... paisagem vista do alto para um objeto no solo, no qual quer que fixemos nossa atenção” (l. 08-10), o segmento “(n)o qual” retoma “um objeto”, não “solo”. Errada, por isso, a alternativa (A).

Quanto à assertiva (B), o pronome “o”, no trecho “Dito de outra forma, Reinach, seguindo as pegadas de outros cientistas divulgadores de ciência, recria os modelos de escritura que o inspiram...”(l. 48-50), retoma “Reinach”, não “os modelos de escritura”. Errada a opção (B).

O pronome “a”, em “la”, no trecho “O mais curioso é que, para extrair a essência aventurosa do emaranhado da terminologia científica dos artigos (da Nature e da Science principalmente) que servem de base às crônicas e entregá-la límpida a seus leitores ...” (l. 30-34), retoma “essência aventurosa do emaranhado da terminologia científica dos artigos”, cujo núcleo é “essência”, não “terminologia científica”. Errada a alternativa (C).

O pronome “ele”, no trecho “Na época ocupando o cargo de editor-chefe, era ele quem comentava os primeiros textos que o biólogo ia produzindo...” (l. 67-69), retoma “Flávio Pinheiro (l. 64). Correta, portanto, a alternativa (D).

Errada a assertiva 9E), porque o pronome possessivo “seus”, no trecho “Esses agrupamentos, aliás, servem mais para orientar o leitor quanto a seus próprios blocos de interesse” (l. 78-80), retoma “leitor”, não “Esses agrupamentos”.

Resposta: D.
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Questão 21

Questão sobre semântica, interpretação de texto e emprego de locuções conjuntivas.

No trecho “Toma o modelo por guia, mas recorrendo a comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas, que, a par de tornarem inteligíveis para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao texto e deixam visível...” (l. 42-47), a expressão “a par de” foi empregada, no texto, com o sentido de “a fim de”, como conjunção subordinativa final (expressando finalidade). Observe-se o trecho com a substituição: “Toma o modelo por guia, mas recorrendo a comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas, que, a fim de tornarem inteligíveis para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao texto e deixam visível...”.

Não traduz ideia de conformidade, que seria expressa por “consoante”, na opção (A), nem de oposição ou concessão, pela presença de “apesar de”, na alternativa (B). Também não há ideia do que é posterior, como está nas locuções “além de“ e “depois de”, respectivamente nas assertivas (C) e (D). Aliás porque “além de” e “depois de” são sinônimos.

A banca indica como gabarito a assertiva (C), equivocadamente. Por isso cabe recurso contra a resposta à questão 21.

Resposta: passível de recurso.
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Questão 22

Questão sobre pontuação.

A substituição dos travessões, no trecho “... pesquisadores responsáveis pelos estudos de que trata – quase todos originários das ciências biológicas –, a seu ver, também se atiraram...” (l. 17-19), por parênteses é correta, mas não permitiria a supressão da vírgula antes do segmento “a seu ver”, pois tal expressão está isolada por duas vírgulas (antes e depois), por se tratar de adjunto adverbial deslocado. Ou se suprimem ambas, ou nenhuma.
Observe-se como ficaria com a substituição dos travessões por parênteses: “... pesquisadores responsáveis pelos estudos de que trata (quase todos originários das ciências biológicas ), a seu ver, também se atiraram...”, ou “... pesquisadores responsáveis pelos estudos de que trata (quase todos originários das ciências biológicas) a seu ver também se atiraram...” Portanto está errada a assertiva I.

Errada a assertiva II, porque o segmento “desde 2004” (l. 57), que é efetivamente adjunto adverbial, não está deslocado, porque se situa no último momento da frase. Errada a assertiva II.

No trecho “... Flávio Pinheiro, um dos mais experientes editores da imprensa nacional, o responsável...” (l. 64-65), as vírgulas isolam aposto, segmento que explica ou apresenta Flávio Pinheiro. Correta a assertiva III.

Resposta: C.
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Questão 23

Questão sobre semântica (equivalência de sentido).

No trecho “... ponto de partida de expedições que entram em território inexplorado...”(l. 21-22), o segmento “entram em” pode ser substituído por “adentram”, mantendo-se a ideia original. Observe-se: “... ponto de partida de expedições que adentram território inexplorado...”. Observe-e que o verbo “adentrar” é transitivo direto, não exigindo preposição. Correta a assertiva (A).

É correta a substituição de “recorrendo” (l. 43) por “com recurso”, mantendo-se o sentido original do texto. Observe-se o trecho original: “Toma o modelo por guia, mas recorrendo a comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas... (l. 42-44); observe-se, agora, o trecho com a substituição: “Toma o modelo por guia, mas com recurso a comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas...”. Certa, portanto, a opção (B).

O segmento “filmes sem conta” (l. 38-39) pode ser substituído, sem alterar os entido original do texto, por “inúmeros filmes”. Observem-se os dois trechos (original e alterado):
“... mesmo que nos tragam memória de movimentos da câmera em começo de filmes sem conta...” (l. 37-39) e “... mesmo que nos tragam memória de movimentos da câmera em começo de inúmeros filmes...”. Correta a alternativa (C).

Errada a assertiva (D), porquanto “adicionam”, no trecho “Toma o modelo por guia, mas recorrendo a comparações, metáforas e outras figuras de linguagem bem escolhidas, que, a par de tornarem inteligíveis para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao texto e deixam visível...” (l. 42-47), que significa “somam”, “acrescentam”, não pode ser substituído por “aderem”, que traduz ideia de “colar”, “seguir”, “unir-se a”. Observe-se que as metáforas e outras figuras são adicionadas ao sabor do texto, não aderem.

No trecho “... até que ambos consideraram que o novo cronista estava pronto” (l. 71-72), o segmento sublinhado pode ser substituído, sem alterar o sentido original do texto, por “pronto o novo cronista”. Observe-se: “... até que ambos consideraram pronto o novo cronista”. Correta a assertiva (E).

Resposta: D.
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Questão 24

Questão sobre emprego de artigos.

Errada a afirmação I, pois, no trecho “... servem de base às crônicas e entregá-la límpida a seus leitores, o que Reinach faz em seus textos é, como ele mesmo afirma, uma mimese do formato dos trabalhos científicos” (l. 33-36), o artigo “o”, antes de “que”, não pode ser suprimido. Ao se retirar o “o” do segmento “o que Reinach faz em seus textos é...”, o “que” passaria a ter como referente “seus leitores”, alterando o significado e causando prejuízo à correção do trecho.

No trecho “... o responsável por seu ‘aprendizado’ de escrever para jornal dentro do modelo que vislumbrava” (l. 65-67), a inserção do artigo “o” antes de jornal alteraria o sentido do texto, porque indicaria de forma específica um determinado jornal. Observe-se o trecho com a inserção do artigo: “... o responsável por seu ‘aprendizado’ de escrever para o jornal dentro do modelo que vislumbrava”. Correta, portanto, a assertiva II.

Correta a assertiva III, porque, no trecho “... porque não há prejuízo nenhum em começar pela última crônica...” (l. 81-82), se a autora quisesse evitar a dupla negação (“não” e “nenhum”), poderia suprimir “nenhum”, sem prejuízo à correção do período. Observe-se o trecho com a supressão de “nenhum”: “... porque não há prejuízo em começar pela última crônica...”.

Resposta: D.
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3 comentários:

  1. Professor, o que você acha sobre a manchete do G1: "Popularizados pelo e-mail, emoticons fazem 30 anos" o verbo "fazer" está empregado corretamente?
    Site: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/09/popularizados-por-e-mails-emoticons-fazem-30-anos.html

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  2. Sim. É coisa óbvia, não acha? Veja mais: Os gêmeos fazem dois anos hoje. Emoticons (palavra que obviamente está no plural) FAZEM 30 anos...
    Não consigo perceber sua dificuldade em frase tão babaca...
    Prof. Menegotto.

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  3. Professor Menegotto, a respeito da questão 13 (assertiva III), é possível que a conjunção "mas", no texto de L. F. Veríssimo, tenha sido utilizada como partícula expletiva?

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