sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SÉRIE QUESTÕES COMENTADAS E RESPONDIDAS 725



Está sendo postada, diariamente, desde 10 de janeiro de 2011, uma questão do CESPE, visando aos concursos da Polícia Federal e INSS.

AS POSTAGENS 711 A 735 CONTÊM QUESTÕES DA PROVA REALIZADA EM 2010 PARA PROVIMENTO DE CARGO DE ANALISTA ADMINISTRATIVO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - MPU, EM CONCURSO DE NÍVEL SUPERIOR ELABORADO PELO CESPE.


As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. O imaginário, acionado pela imaginação individual, é pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a história museológica. Mesmo que possamos pensar que estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, porquanto símbolos e estereótipos são olhados e ressignificados em determinado instante social. Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

Com base na organização das ideias e nos aspectos gramaticais do texto acima, julgue o item que se segue.

725. (CESPE – MPU – Analista Administrativo-2010) De acordo com a argumentação do texto, a diferenciação das classes em “dois níveis polares” (1º período), como dois extremos, não atende à complexidade de classes da sociedade brasileira, mas é comum ao “mundo das estatísticas” (3º período) e ao “mundo do imaginário social” (3º período).

Comentários.

Questão sobre interpretação de texto.

A diferenciação das classes em “dois níveis polares”, conforme o trecho “As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada” (1º período) preconiza “dois extremos”, mas não atende à complexidade de classes da sociedade brasileira, como se pode ver pelos trechos “Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira...” (2º período) e “Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por diante” (4º período).

Portanto dividir a sociedade brasileira em privilegiada e não privilegiada não retrata a realidade das diversas camadas sociais, mas, sem dúvida, segundo o texto, é comum ao “mundo das estatísticas” e “ao mundo do imaginário social”, como se pode ver no trecho “Em cada um dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do imaginário social” (3º período).

Correta a afirmação.

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