terça-feira, 9 de dezembro de 2014

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DE NÍVEL SUPERIOR DA FEPS - FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO E PESQUISA EM SAÚDE - CONCURSO REALIZADO NO DIA 7 DE DEZEMBRO DE 2014.

Questão 01 – Ortografia As lacunas das linhas 06, 08, 13 e 16 devem ser preenchidas, respectivamente, pelas palavras “sob” (significa abaixo), “desperdiçam” (forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do plural, do verbo “desperdiçar”), “bobice” (de “bobo” + o sufixo “ice”, como “burro” + “ice” = burrice, “mesmo” + “ice” = mesmice) e “estereótipo”. RESPOSTA: D. _____________________________________________________________________________ Questão 02 – Crase Na linha 02, a lacuna tracejada deve ser preenchida apenas com a preposição “a”, porque é exigida pelo verbo “assistir”, e a palavra seguinte está no plural. Não havendo artigo, não há sinal de crase. Na linha 08, a lacuna tracejada apresenta locução adverbial feminina “à toa”, que deve ser craseada, como de resto todas as locuções adverbiais femininas. Na lacuna tracejada da linha 13, o adjetivo “associada” exige preposição “a” e a palavra “superficialidade” é feminina, exigindo artigo. Portanto deve ser “à”, com sinal indicativo de crase. Quanto à lacuna tracejada da linha 16, deve ser preenchida apenas com o artigo “a”, porque o verbo “buscar” é transitivo direto. RESPOSTA: B. _____________________________________________________________________________ Questão 03 – Estrutura textual A autora tece, entre as ideias centrais do texto e o Budismo, relações de coerência, que se manifesta nas ideias desenvolvidas pelos interlocutores, num óbvio convite ao pensamento e ao consentimento das vivências de interação entre as pessoas. Está correta, portanto, a explicação contida na assertiva “A”. A autora não tece relações entre o budismo e a vida pela coesão das ideias do texto, porque elenca argumentos e fatos bem diferenciados do dia a dia, nem pelos níveis de linguagem, tampouco pela tipologia textual (crônica) ou pela estrutura do texto. RESPOSTA: A. _____________________________________________________________________________ Questão 04 – Semântica A palavra “refratária”, no trecho “... desrespeitam o coletivo e são refratárias a tudo que seja simples e fácil...” (l. 08-09), é adjetivo que a autora utiliza para se referir a pessoas que não se molestam ou ressentem de ataques ou ações exteriores. Não pode ser a letra “A”, porque a autora está se referindo a pessoas, logo não há o componente da resistência à ação física ou química, o que poderia ser atribuído a uma lajota refratária, que resiste ao calor. Não pode ser considerada a opção “B”, porque quem é resistente às leis ou a princípios de autoridade é revolucionário, não refratário. E, mesmo que se considerasse, no contexto não há discussão sobre desobediência a leis ou autoridade. De igual forma, não se pode considerar a opção “D” porque não se trata, no texto, de medir a capacidade ou resistência de ninguém a doenças. Quanto à opção “E”, valem os argumentos expendidos para explicar a alternativa “A”. RESPOSTA: C. _____________________________________________________________________________ Questão 05 – Interpretação de texto No segmento “O que você ainda está fazendo lendo essa página” (l. 31-32), a informação implícita que marca um pressuposto está contida no advérbio “ainda”. A presença de “ainda”, no contexto, revela pressuposto de que o texto esteja sendo lido pelo leitor. As outras informações são explícitas. RESPOSTA: B. _____________________________________________________________________________ Questão 06 – Vozes verbais O trecho “Estou dizendo alguma coisa que você já não está careca de saber?” (l. 30) terá, na voz passiva analítica, a forma “Alguma coisa está sendo dita [por mim] que você não esteja careca de saber?”. Observe-se que somente a primeira oração (“Estou dizendo alguma coisa”) pode ser apassivada. O sujeito da ativa é “eu” (designado pela forma verbal “Estou”); a locução verbal “Estou dizendo” se transformará em “está sendo dita”; o objeto (“alguma coisa”) se transforma em sujeito da passiva. A segunda oração (“que você já não está careca de saber”) não pode ir para a passiva, pois apresenta verbo de ligação (“está”). Portanto o trecho “Estou dizendo alguma coisa que você já não está careca de saber?” (l. 30) terá, na voz passiva analítica, a forma “Alguma coisa está sendo dita [por mim] que você não esteja careca de saber?”. RESPOSTA: D. _____________________________________________________________________________ Questão 07 – Concordância No segmento “... já que a dor, a culpa e o ódio fazem parecer que elas têm uma vida mais profunda” (l. 09-10), o sujeito é composto, e seus núcleos são “dor”, “culpa” e “ódio”. Se suprimirmos “culpa” e ódio”, ficando apenas com “dor” como sujeito, a cosntrução resultará em “... já que a dor faz parecer que elas têm uma vida mais profunda”, produzindo uma só alteração no verbo “fazer” (destacado). O verbo “ter”, na forma da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo “têm” permanecerá no plural porque seu sujeito é “elas”. RESPOSTA: E. _____________________________________________________________________________ Questão 08 – Emprego de conjunções A conjunção “visto que”, no trecho da linha 11, está sendo empregada como subordinativa causal. A conjunção “já que” é sinônima de “visto que”. Portanto, no trecho “... visto que não saberiam lidar com algo que lhes deixaria tão soltos e leves...” (l. 11-12), o nexo “visto que” (destacado na transcrição) poderia ser substituído por “já que”. Observe-se a construção já com a alteração sugerida: “... já que não saberiam lidar com algo que lhes deixaria tão soltos e leves...”. Correta a assertiva I. Com relação ao trecho “Só que alguns escolhem vias cheias de obstáculos e acabam não aproveitando a viagem” (l. 21-22), o operador “Só que” (destacado na transcrição), se for substituído pro “Embora”, acarretará alteração nas formas verbais do contexto. Observe-se: “Embora alguns escolham vias cheias de obstáculos e acabem não aproveitando a viagem”. Portanto está errada a assertiva II. Quanto à assertiva III, a expressão “a fim de”, no trecho “... a fim de enriquecer sua própria existência...” (l. 26) funciona como conjunção subordinativa adverbial final, sendo sinônimo da expressão “com o objetivo de”, empregado no treco “... com o objetivo de voltarem para casa...” (l. 34). Correta a assertiva III. RESPOSTA: C. _____________________________________________________________________________ Questão 09 – Tipologia textual O nível de linguagem do texto da autora é simples e formal, com respeito às regras da Língua Portuguesa, da coerência e da lógica, características presentes no gênero da crônica jornalística. Observe-se que a autora parte de experiências pessoais para entender o mundo e criticar comportamentos. Na alternativa “A”, o trecho pertence a um nível de linguagem preocupado em registrar os vocábulos como são pronunciados na fala regionalista. Próprio da música regionalista e cabocla. Quanto ao trecho da opção “B”, trata-se de informação científica, decorrente de pesquisa, embora esteja escrito com construções simples, próprias da fala cotidiana urbana. Próprio da linguagem de revista de informação. Referentemente ao trecho trazido na opção “C”, tem características nitidamente dissertativas, com ideias e argumentação em linguagem culta formal. Próprio da dissertação acadêmica. Na alternativa “D”, por sua vez, está presente um fragmento de texto religioso-filosófico, próprio de ensinamentos religiosos, ou de lições filosóficas genéricas e abrangentes. Trata-se de sermão do Pe. Antônio Vieira. O trecho contido na opção “E” tem características semelhantes às do texto da prova, porque associa pensamentos introspectivos da autora numa linguagem aproximada, em sua estrutura, do texto de Martha Medeiros. RESPOSTA: E. _____________________________________________________________________________ Questão 10 – Semântica e formação de palavras Quanto à assertiva I, o prefixo “sim-“, constante em “simpatia” (l. 01), revela simultaneidade. Simpatia significa afinidade moral, similitude no sentir e no pensar que aproxima duas ou mais pessoas. Certa a afirmação I. Em “desrespeitam” (l. 08), o prefixo “des-“ sinaliza negação (= que não respeitam). Correta a assertiva II. Em “renegam” (l. 11), o prefixo “re-” revela negação; já em “recíproco”, o prefixo “re-” indica simultaneidade. Errada a assertiva III. RESPOSTA: B. _____________________________________________________________________________ Não há questões recorríveis. menegotto@cpcrs.com.br

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