domingo, 15 de maio de 2011

"POR UMA VIDA MELHOR"


A notícia de um livro de português aprovado e distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para quase meio milhão de alunos defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação. Foi o que li no portal G1. Segundo a informação, a defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta está na página 14 do livro “Por uma vida melhor”. O exemplo apresentado pelo livro – de forma "didática" – está na frase "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado". A explicação defende a posição do ensinamento: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção", são palavras de uma das autoras do livro, Heloísa Ramos. Essa autora diz ainda que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela ideia de uso adequado e inadequado da língua. Uso que varia conforme a situação. Ela afirma que “não se aprende o português culto decorando regras ou procurando o significado de palavras no dicionário”. “O ensino que a gente (sic) defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela.

Ainda conforme a notícia, o Ministério da Educação informou em nota que o livro “Por uma vida melhor” foi aprovado porque estimula a formação de cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala. E completa afirmando que a escola deve propiciar aos alunos jovens e adultos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas, para que os alunos tenham segurança para expressar a "sua voz".

O Governo Federal, já não bastasse ter aprovado um Acordo Ortográfico que não interessava ao Brasil (o projeto de lei estava aprovado desde 1990, mas, por ironia do destino, foi cair nas mãos do menos instruído Presidente da República de toda a História do Brasil – o senhor Luís Inácio da Silva), ainda deu mostras de que suas pretensões vão muito além do poder político, atingindo até a gramática da Língua Portuguesa quando Dilma Rousseff optou pela forma variante (e equivocada) do termo “presidente” (que é comum de dois), preferindo o malsoante “presidenta” (ver postagem do dia 2 de novembro de 2010, neste blog). Agora, então, ultrapassa todas as barreiras do aceitável com a aprovação do livro “Por uma vida melhor”, ensinando, inclusive, que se pode colocar o substantivo no singular quando o artigo vier no plural. Observe-se que era assim que Luís da Silva se pronunciava em seus discursos de improviso (porque não sabe falar) e nos lidos (porque lê com muita dificuldade): “os problema”, “as necessidade”, “as elite”... entre tantas outras “pérolas”. Ninguém me convence de que o Governo Federal (leia-se PT, porque é o partido mais importante deste governo e do anterior) pretende eliminar as regras mínimas da gramática (que, a rigor, são fruto da lógica) e estimular o falar errado para aproximar-se de seu eleitorado, instituindo o mais baixo nível possível de qualidade do ensino da Língua Portuguesa nas escolas públicas, que, antes do livro “Por uma vida melhor”, já era catastrófico. Parece mesmo que o Governo Federal (leia-se novamente PT), por intermédio do MEC, está empenhadíssimo em aumentar o índice de analfabetismo funcional no país, que orbita na casa dos 21,6%, segundo o PNAD de 2009.

Por esse ato do MEC, temos certeza de que “os aluno das escola pública vai aprendê as regra da gramática com menas dificuldade” e ficaremos mais seguros de que “os colégio vai ser uns lugar nos qual os aluno vai com prazer”. Sem dúvida, porque, segundo a explicação de uma das autoras do livro “Por uma vida melhor”, o ensino tem de levar em consideração “os diferente gênero textual, com diferentes prática, diferentes situação de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça”.

Mas nem tudo está perdido. A doutora em sociolinguística Raquel Dettoni concorda que é preciso respeitar o falar popular, que não pode ser discriminado. Mas ela enfatiza que a escola tem um objetivo maior, que é ensinar a língua portuguesa que está nas gramáticas. “Se a escola negligencia em relação a este conhecimento, o aluno terá eternamente uma lacuna quando ele precisar fazer uso disso no seu desempenho social. Nós não podemos desconsiderar que a função social da escola, com relação ao ensino de da língua portuguesa, é, em princípio, prioritariamente ensinar os usos de uma norma mais culta”, destacou.

Diante de vozes como a da doutora Raquel Dettoni, que fazem coro com minha visão do ensino da língua, ainda creio que, realmente, possamos lutar “por uma vida melhor”, defendendo e ensinando a gramática do falar e do escrever corretamente e, se possível, ainda atingir a elegância. Todo o resto é modismo, pretensão de atitudes celeradas, verdadeiramente abomináveis, típicas da tirania demagógica do partido que sustenta o Governo Federal em suas aventuras insanas e insólitas.

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