domingo, 29 de dezembro de 2013

COMENTÁRIOS À PROVA DE PORTUGUÊS DO OFICIAL ESCREVENTE - TJRS - DEZ-2013

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL – TJRS – PARA PROVIMENTO DE VAGAS DE OFICIAL ESCREVENTE – Prova ocorrida dia 22 de dezembro de 2013 QUESTÃO 1 – Ortografia As lacunas das linhas 10 e 11 do texto devem ser preenchidas pelas palavras “trás”, com acento agudo e “s” final, pois se trata de advérbio (antônimo de “frente”) e “visões”, obviamente com “s”. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 2 – Regência e emprego de pronomes relativos. A lacuna da linha 19 deve ser preenchida pela expressão “em quem”; a preposição “em” é exigida pela regência do verbo “confiar” (quem confia confia “em”); o pronome relativo deve ser “quem” em razão de “pessoas” (usa-se “quem” para seres humanos). Quanto à lacuna da linha 38, o vocábulo “oposto” exige a preposição “a” (o que é oposto é oposto a), devendo ser construído com o artigo “o”, em “ao que”. Com relação à lacuna da linha 41, deve aparecer ali apenas o pronome “que”, sem preposição, porque o verbo “surpreender” é transitivo direto. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 3 – Interpretação de texto. No trecho “... pode-se concordar ou não com eles, mas ganham em crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração. Quero que o formador de opinião seja coerente, mas, se for dizer algo desatinadamente oposto ao que disse antes, que reconheça isso, com humildade, porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência e integridade” (l. 33-41), é possível observar que a afirmação I está correta. No trecho “Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito parecido com censura” (l. 62-66), encontram-se bases para que a afirmação II esteja correta. Observando-se o trecho “O que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao se cercadinho”(l. 59-62), pode-se considerar correta a airmação III. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 4 – Interpretação de texto. As alternativas A, B, C e D contêm aspectos que se podem depreender da leitura do texto, por estarem implícitas. Quanto à afirmação contida na opção E, não se pode depreender da leitura do texto que haja relação direta entre o aumento do número de formadores de opinião e o aumento da dificuldade de seleção das opiniões que merecem ser consideradas. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 5 – Interpretação de texto. No trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, elas forem escritas. E serão.” (l. 67-70), a expressão “apesar de você” foi utilizada pela autora para estabelecer analogia entre os censores do regime militar e os próprios artistas Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 6 – Semântica e interpretação de texto. A utilização do segmento “capilaridade das redes sociais” (l. 07), no trecho “A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais” (l. 06-07), é referência à capacidade de as redes sociais propagarem ideias entre grande quantidade de pessoas, o que confere correção à alternativa C. Observe-se que não poderia ser a opção A porque as redes sociais não servem de fórum de discussão profunda de debates. Também não pode ser a opção B, haja vista que, no texto, não se encontra referência à presença de segmentos específicos de debates nas redes sociais. Está errada a alternativa D, uma vez que, além de as redes sociais não serem clandestinas, mas abertas e conhecidas, não há referência sobre clandestinidade desses meios de comunicação. De igual forma, não está em discussão – nem há referência a isso no texto – o papel das redes sociais de exercer crítica radical a iniciativas do poder público. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 7 – Emprego de conjunções subordinativas e seus significados. No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo -...” (l. 14-17), o conetivo “Como” (destacado) é claramente utilizado para expressar causa, tanto que pode ser substituído, sem alteração de sentido, por “Porque”. Já no segmento “Quero ler opiniões que me surpreendam de vez em quando, porque o pensador independente não se torna refém de inclinações políticas ou ideológicas – e nada é mais triste do que ver pessoas...” (l. 41-44), o nexo “porque” (destacado) tem nítida intenção explicativa em relação à oração anterior. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 8 – Semântica e interpretação de texto. A expressão “choque tectônico de ideias” contém o adjetivo “tectônico”, que significa relativo a tectonismo, termo geral relativo a todos os movimentos (ou acomodações) da crosta terrestre com origem em processos tectônicos. Portanto remete ao campo da geologia. RESPOSTA: E. _____________________________________________________________________________ QUESTÃO 9 – Reescritura de trecho, com aspectos de flexão verbal. O trecho “Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir” (l. 22-24) é base para a questão, cuja proposta é de reescritura com transformação para o passado de acordo com a norma gramatical. A técnica é simples: os verbos que estão no modo indicativo (“há”, “é” e “vale”) devem permanecer no mesmo modo, sofrendo alteração do tempo para pretérito imperfeito do indicativo. O verbo “olhar”, que está no subjuntivo, deve permanecer neste modo, apenas sofrendo passagem para o pretérito imperfeito do subjuntivo. Observe-se: o verbo “haver” (em “há”, no presente do indicativo) deve passar para o pretérito imperfeito do indicativo, devendo ficar no singular, porque se trata de verbo impessoal: “havia”. Quanto à forma “olhar”, que está no futuro do subjuntivo, deve passar para o pretérito imperfeito do subjuntivo: “olhasse”. O verbo “ser”, em “é” (presente do indicativo), deve passar para o pretérito imperfeito do indicativo”: “era”. Já o verbo “valer”, em “vale” (presente do indicativo), deve ir para o pretérito imperfeito do indicativo: “valia”. O trecho, portanto, deve ter a seguinte redação: “Antigamente havia formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo era cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir”. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 10 – Vozes verbais. Na assertiva I, a forma verbal “Devem ser reabertos” apresenta verbo “ser” auxiliar (“ser”) e particípio (“reabertos”), condições mínimas para a estrutura de voz passiva analítica. Em II, a construção “foi ampliada” também apresenta verbo “ser” (“foi”) e particípio (“ampliada”), o que lhe confere estrutura de voz passiva analítica. Na frase III, não há verbo “ser” auxiliar, nem particípio, o que não lhe confere situação de voz passiva analítica. Não se observa, também, estrutura de voz passiva sintética, pela ausência de partícula apassivadora “se”. A voz, nessa construção, é ativa. Na IV, mesmo que haja “pode-se concordar”, com “se”, entre outras expressões verbais no contexto, não há voz passiva. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 11 – Emprego de pronomes (referentes). A expressão “sua categoria”, destacada no trecho “Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar atenção em quem entende do riscado: arquitetos para falar de arquitetura, médicos para falar de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, é preciso conseguir construir argumentos que voem além dos interesses de sua categoria” (l.25-31), faz referência às categorias profissionais em geral, tanto as citadas no trecho quanto as demais. Portanto está errada a assertiva I. No trecho “Médicos a favor do Mais Médicos, jornalistas contra o diploma de jornalismo, empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-se concordar ou não com eles, mas ganham um crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração” (l. 31-36), o pronome “eles” (destacado) faz nítida referência a médicos, jornalistas, empresários, entre outros profissionais. Está errada, portanto, a assertiva II. Quanto à afirmação III, o termo “esse gesto” (l. 67), destacado no trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, elas forem escritas. E serão.” (l. 67-70) retoma a posição assumida por Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. Correta a afirmação III. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 12 – Pontuação. No trecho “Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos há um conflito de visões de mundo...” (l. 08-11), o segmento “por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos” é adjunto adverbial deslocado associado à oração subordinada adjetiva (esta iniciada por “que”) e poderia ficar corretamente isolada por vírgulas. O trecho, com vírgulas, ficaria com a seguinte redação: “Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas, por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos, há um conflito de visões de mundo...” Certa a afirmação I. Quanto ao segmento “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à maneira como diferentes pessoas...” (l. 14-19), a inserção de vírgula logo após o segundo travessão é correta e indicada, porque o período inicia por oração subordinada causal (começa com “Como...”) deslocada. Correta a afirmação II. No trecho “O conceito formador de opinião, porém, mudou muito nos últimos anos” (l. 20-22), a conjunção coordenativa adversativa “porém” (destacada) está deslocada, devendo permanecer isolada por vírgulas, o que não permite que a vírgula após a conjunção seja suprimida. Errada a afirmação III. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 13 – Crase. No trecho “A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições às biografias não autorizadas talvez seja...” (l. 52-54) o sinal indicativo de crase é decorrente da regência de “restrições”, que exige preposição “a” e do artigo “as” antes de “biografias”. A supressão do artigo “as” é possível, permanecendo apenas a preposição “a”, exigida pela regência do substantivo “restrições”. Observe-se: “A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições a biografias não autorizadas talvez seja...”. A correção gramatical e o sentido original do texto serão mantidos. Correta a assertiva I. Já no segmento “o que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho” (l. 59-62), o “a” antes de “interesses” é apenas preposição, haja vista que “interesses” é palavra masculina. Portanto não é possível indicar-se sinal de crase. Errada a assertiva II. No trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias...” (l.67-68), o “a”, no segmento “pode vir a ser” é apenas preposição, já que a palavra imediatamente seguinte é verbo, e antes de verbo não existe crase. Portanto não se pode indicar crase. Errada a assertiva III. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 14 – Colocação dos termos na frase. No trecho “Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas – muitas vezes tiveram, inclusive politicamente” (l. 57-59), o segmento “muitas vezes tiveram” poderá ser alterado em sua ordem para “tiveram muitas vezes”, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do texto. Correta a afirmação I. No segmento “o que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho” (l. 59-62), a substituição de “emprestaram seu prestígio não a um princípio” por “emprestaram não seu prestígio a um princípio” alteraria o sentido original da ideia, porque o advérbio “não”, no texto original, está modificando o sentido de “um princípio”, enquanto na sugestão o advérbio “não” está a serviço de “seu prestígio”. Embora preserve a correção gramatical, não mantém o sentido original do texto. Errada a assertiva II. Quanto à assertiva III, no trecho “Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa...” (l. 62-65), a conjunção “Pois” está sendo empregada com sentido explicativo. Se a redação for substituída por “Levado ao limite, pois, o raciocínio...”, a conjunção “pois”, deslocada na sugestão, assume a ideia de conclusão, podendo, inclusive, ser substituída por “portanto” e, por consequência, alterando o sentido original do texto. Errada a afirmação III. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 15 – Colocação dos termos na frase. No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate...” (l. 14-15), as substituições de “nem sempre” por “nunca” e “todos os” por “alguns dos” causariam alteração de sentido no texto. “Nem sempre” poderia ser trocado por “às vezes”, mas não por “nunca”. E “todos os” representa totalidade, não podendo ser substituído por “alguns dos”, cujo universo de abrangência não corresponde a “todos os”. Portanto as sugestões de substituição propostas pela afirmação I causariam alteração de sentido. As substituições de “poucas” (l. 15) por “todas as” e “todos os” (l. 16) por “poucos” causariam alterações no contexto. Observe-se que o adjetivo “poucas”, no trecho “e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos”, levaria de um pequeno universo para a totalidade. Situação inversa ocorreria na substituição de “todos os” por “poucos”. Portanto as sugestões presentes na afirmativa II causariam alteração no sentido original do texto. No trecho “... o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse...” (l. 63-65), a substituição de “torna impossível publicar” por “impede a publicação de” não alteraria o sentido original do texto. Observe-se o trecho com a nova redação: “... o raciocínio da proteção à privacidade impede a publicação de qualquer coisa que contrarie o interesse...”. A sugestão da afirmação III não causa alteração de sentido. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 16 – Crase. A lacuna do trecho “Chegando ___ portaria, meu pai interfonou, perguntando...” (l. 02-03) deve ser preenchida com “à”, uma vez que o verbo “chegar” rege a preposição “a”, e o substantivo “portaria” é feminino, exigindo artigo “a”. Quanto à lacuna da linha 44, no trecho “... para sempre amarrado ___ algo...”, deve receber apenas a preposição “a”, haja vista que o adjetivo “amarrado” exige a preposição “a”, mas a palavra seguinte é pronome indefinido, e antes de pronome indefinido não há crase. No trecho “Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou ___ voltas com um deprimente dilema...” (l. 85-86), a lacuna deve ser preenchida com “às”, já que se trata de locução adverbial feminina. A lacuna do trecho “O fato de pensar ___ respeito do assunto e de viver em um país...” (l. 103-104) deve ser preenchida apenas com a preposição “a”, já que se trata de locução adverbial masculina, porque o substantivo “respeito” é masculino. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 17 – Grafia dos “porquês”. A lacuna do trecho “Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa, e eu imaginava _______.” (l. 09-10) deve ser preenchida com a grafia “por quê”, separado e com acento, porque está no final da frase, antes do ponto final. Com relação ao trecho “Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o ______ de uma determinada lei dever se...” (l. 58-61), a lacuna deve ser preenchida com a grafia “porquê”, junto e com acento, uma vez que funciona como substantivo, equivalente a “motivo”. No trecho “Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral ______ ele nos foi inculcado por nossos pais...” (l. 70-72), a lacuna deve receber “porque”, junto e sem acento, já que se trata de explicação. Por fim, com relação à lacuna do trecho “Mas _____, em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e com a memória...” (l. 110-111), deve ser completada com “porque”, junto e sem acento, pois se trata de explicação. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 18 – Fonética. QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. Inicialmente, deve-se observar que a banca, no enunciado, solicita que o candidato indique a opção que “contém apenas palavras com dígrafos”, não especificando a natureza de dígrafos orais ou nasais. Observem-se as alternativas: (A) em “acossado” e “escroques”, há dígrafos orais: “ss” e “qu”, respectivamente; em “consciência”, há dígrafo nasal em “on” = [õ] e oral em “sc”. Em “oxalá” não há dígrafo. (B) em “iídiche” e “acossado”, há dígrafos orais: “ch” e “ss”, respectivamente; já em “compromissos” há dígrafo nasal em “om” = [õ] e oral em “ss”; na palavra “quando”, há dígrafo nasal em “an” = [ã]. Portanto nesta alternativa todas as palavras apresentam dígrafos. (C) em “pessoa” e “claríssimo”, há dígrafos orais em “ss”; já em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e nasal em “em”, com [e] nasalizado; e na palavra “frequência” há dígrafo nasal em “em” com [e] nasalizado. Portanto nesta alternativa todas as palavras apresentam dígrafos. (D) em “pessoa”, “iídiche”, “queria” e “claríssimo”, há dígrafos: “ss”, “ch”, “qu” e “ss”, respectivamente. Todas as palavras desta alternativa apresentam dígrafos. Tal opção foi dada como correta. (E) em “consciência”, há dígrafo nasal em “on” = [õ] e oral em “sc”; em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e nasal em “em”, com [e] nasalizado; nas palavras “quase” e “oxalá” não há dígrafos. A banca indicou como gabarito a opção (D), mas há três alternativas (B, C e D) que apresentam todas as palavras com dígrafos. QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 19 – Formação de palavras. Na opção A, o advérbio “exaustivamente” e o substantivo “honestidade” são formados por derivação sufixal: o adjetivo “exaustivo” recebe o sufixo formador de advérbios “-mente”, resultando em “exaustivamente”; no caso do substantivo “honestidade”, sua formação ocorre a partir do adjetivo “honesto”, que recebe o sufixo formador de substantivos abstratos “-dade”, resultando em “honestidade”. Já o adjetivo “infeliz” apresenta prefixo (-in), mas não sufixo. Quanto à opção B, os advérbios “perenemente” e “objetivamente” apresentam sufixo formador de advérbios “-mente” e são decorrentes dos adjetivos “perene” e “objetivo”. O substantivo “desprezo” não apresenta sufixo. A alternativa C apresenta duas palavras com sufixo: “perversidade” e “coletividade”, ambas formadas pelo acréscimo do sufixo formador de substantivos abstratos “-dade” aos adjetivos “perverso” e “coletivo”. Em “desarmonia” não há sufixo. A opção D relaciona “superego”, “pressupõe” e “desconforto”, todas formadas pelo processo de prefixação: “super”, “pré” e “des”, respectivamente. Nenhuma delas apresenta sufixo. Quanto à alternativa E, as palavras “fundamental”, “excessivamente” e “pontualidade” são formadas por sufixação: “-al”, sufixo formador de adjetivo a partir de substantivo (fundamento+al=fundamental); “-mente”, sufixo formador de advérbios a partir de adjetivos (excessivo+mente=excessivamente) e “-dade”, sufixo formador de substantivos abstratos derivados de adjetivo (pontual+dade=pontualidade, com o auxílio da vogal de ligação “i”). RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 20 – Funções sintáticas. Quanto à alternativa A, na frase “Meu pai era um obcecado por retidão” (l. 16-17), o segmento “por retidão” é complemento nominal do adjetivo “obcecado”, não agente da passiva. Errada a afirmação. Na opção B, o pronome “o”, destacado no trecho “Para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o confrontam...” (l. 53-54), é objeto direto do verbo “confrontar”, na forma “confrontam”, representando o “mal”. Correta a afirmação. Na alternativa C, o verbo “cair”, na forma “Cai”, tem como sujeito “um dos poucos consolos das pessoas honestas”. Observe-se o trecho: “Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas” (l. 64-65). Correta a assertiva. Com relação à opção D, o sujeito do verbo “seguir”, na forma do presente do indicativo “seguimos”, destacado no trecho “Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral...” (l. 71-72), tem como sujeito desinencial a primeira pessoa do plural (nós). Correta a afirmativa. No trecho indicado pela opção E, “a retidão que espero inculcar em meus filhos” é sujeito do verbo “haver”. Observe-se o trecho: “a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem...”. Quem há de ser uma vantagem? “A retidão que espero inculcar em meus filhos”. Correta a assertiva. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 21 – Concordância. Se no trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena” (l. 39-46) a palavra “homem” (destacada) fosse passada para o plural, teríamos a seguinte redação: trecho “Sócrates, via Platão, defende que os(1) homens que praticam(2) o mal são(3) os(4) mais felizes(5) e escravizados(6) de todos, pois estão(7) em conflito interno, em desarmonia consigo mesmos(8), perenemente acossados(9) e paralisados(10) por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrados(11) a algo (sua própria consciência) onisciente que os(12) condena”. As palavras destacadas são as que, por força da sugestão, devem sofrer alteração, no total de 12 (doze). RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 22 – Funções sintáticas. No trecho “... perguntando se eu estava levando um agasalho...” (l. 03-04), o segmento “se eu estava levando um agasalho” funciona como objeto direto de “perguntar”. Quem pergunta pergunta alguma coisa a alguém. No caso, “alguma coisa”, que é o objeto direto, está em forma de oração: “se eu estava levando um agasalho”. Verdadeira a primeira afirmação. Com relação ao trecho “Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez” (l. 35-38), o segmento “que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez” funciona como objeto direto de “saber”. Quem sabe sabe alguma coisa. Verdadeira a segunda afirmação. Quanto ao trecho “Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques...” (l. 96-97), o segmento “que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques...” funciona como complemento nominal do substantivo “certeza”. Falsa a terceira afirmação. No trecho “O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade já é causa para tristeza” (l. 103-106), o segmento “que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade” é uma oração subordinada adjetiva restritiva, não funcionando como complemento nominal de “país”, cujo sentido não exige complemento. Falsa a quarta afirmação. Quanto ao trecho “Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam” (l. 113-114), o segmento “que sociedades e culturas mudam” é objeto direto de “acreditar”. Verdadeira a quinta afirmação. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 23 – Pronomes. O segmento “que fazem corpo mole”, no trecho “Detesto os colegas que fazem corpo mole” (l. 33), é oração subordinada adjetiva restritiva. Observe-se que diz respeito apenas aos “colegas que fazem corpo mole” e não está isolada por vírgulas, característica essencial das orações adjetivas explicativas. Errada a afirmação I. No trecho “Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber...” (l. 35-36), a oração introduzida pelo “que”, em “que me surgem”, é subordinada adjetiva restritiva, pois se relaciona às “úlceras” de que fala o autor e não está isolada por vírgulas, característica essencial das orações adjetivas explicativas. Correta a afirmação II. Com relação ao trecho “Esta é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real” (l. 88-91), o pronome demonstrativo “Esta” está sendo empregado para introduzir e identificar a “responsabilidade”, que é “dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real”. Correta a afirmação III. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 24 – Pontuação. No trecho “No Brasil atual, eu me sinto deslocado” (última frase do segundo parágrafo – l. 22-23), a vírgula separa adjunto adverbial deslocado, não orações em sequência. Falsa a primeira afirmação. O segmento “na maioria das vezes”, no trecho “Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores” (l. 24-26), é adjunto adverbial e está deslocado, intercalado na oração. Verdadeira a segunda afirmação. No trecho “Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido” (l. 33-34), a vírgula separa orações em sequência e não pode ser suprimida, pois é obrigatória. Falsa a terceira afirmação. Na frase “Tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido a mais...” (. 99-102), as vírgulas estão empregadas para separar elementos de uma série. Verdadeira a quarta afirmação. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 25 – Semântica. O substantivo “desfaçatez” (l. 38) significa “descaramento”, “atrevimento”. O substantivo “escroques” (l. 66) significa aquele que se apodera de bens alheios por meios ardilosos e fraudulentos, podendo ser substituído por vocábulos como “defraudador”, “espoliador”, “embusteiro”, “trapaceiro”. Já o adjetivo “axiomáticos” (l. 92) significa relativo ao ato ou efeito de axiomatizar, de reduzir a axiomas (= valores) doutrinas, ideias ou argumentos e tê-los como inquestionáveis. RESPOSTA: B. _____________________________________________________________________ QUESTÃO 26 – Reescritura de trecho. O trecho original (l. 28-30) foi reescrito de forma a manter seu significado na opção D. Nas demais alternativas, há alteração de sentido. Observem-se: nas opções A e E, a inversão de “Até hoje acredito”, que significa sempre ter-se mantido acreditando, por “Hoje acredito até” e “Hoje até acredito”, que expressa que “até acredita”, altera significativamente o texto original; na alternativa B, o deslocamento de “até” estendeu seu significado diferentemente do sentido da mensagem; na assertiva C, houve inversão de “apenas para ficar exasperado...”, propondo nítida alteração do sentido original. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 27 – Coesão e coerência (uso de pronomes). No trecho “Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole...” (l. 33), o pronome relativo “que” (destacado) retoma “os colegas de trabalho”. Correta a afirmação A. No trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena” (l. 39-46), o pronome oblíquo átono “o” (destacado) retoma “homem” (destacado), não “algo”. Errada a assertiva B. O segmento “esse desconforto interior do “pecador” (l 50) retoma o mal praticado pelo homem. Errada a afirmação C. No trecho “... pelo menos não naquele momento em que está cometendo o seu delito” (l. 62-63), a expressão “em que” (destacada) está sendo empregada para referência a tempo. O pronome relativo “onde” só pode ser empregado em relação a lugar físico, portanto é impossível a substituição. Errada a assertiva D. No trecho “Não se sabe se De Gaulle disse ou não a frase” (l. 82-83), o primeiro “se” é partícula apassivadora (= é sabido, na voz passiva analítica), e o segundo “se” é conjunção subordinativa integrante. Errada a afirmação E. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 28 – Classes gramaticais. No trecho “Com o devido respeito...” (l. 46), a palavra destacada funciona como adjetivo do substantivo “respeito”, não como advérbio. Errada a assertiva I e correta a assertiva II. O segmento “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo” (l. 65-66) apresenta a palavra “tranquilo” (destacada), que pode estar sendo empregada como adjetivo, qualificando o pronome pessoal “eu” (que representa um substantivo), ou funcionando como advérbio, caso em que pode ser entendido como modificador do verbo “dormir” (= tranquilamente). Correta a afirmação III. No trecho “... não instruir para que devolvam o troco recebido...” (l. 101), “troco” é substantivo, tanto que está até articulado. Errada a assertiva IV. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 29 – Interpretação de texto. Nas propostas das assertivas A, B, C e D, há ideias que podem ser depreendidas do texto. Já na opção E, com base no trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena. Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista” (l. 39-48), vê-se que o autor não concorda com as ideias de Sócrates, o que se justifica no trecho sublinhado. Errada a assertiva E. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 30 – Interpretação de texto. Nas propostas das assertivas A, B, D e E, há ideias que não podem ser depreendidas do texto. Na opção C, a expectativa de punição social, penal ou religiosa aos desvios de conduta é um desestímulo aos comportamentos antiéticos, o que pode ser observado em todo o texto, especialmente no parágrafo compreendido entre as linhas 74 e 84. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ GABARITO OFICIAL DIVULGADO PELA FAURGS EM 23 DE dezembro DE 2013 1-B 6-C 11-C 16-A 21-C 26-D 2-D 7-B 12-D 17-C 22-A 27-A 3-E 8-E 13-A 18-D* 23-D 28-C 4-E 9-C 14-A 19-E 24-B 29-E 5-B 10-A 15-D 20-A 25-B 30-C *QUESTÃO RECORRÍVEL (ver nestes comentários). Este material está disponível no saite do CPC, no blog professormenegotto.blogspot.com e na loja Copystar (Xerox do CPC). Proibida a reprodução parcial ou total sem a anuência do autor.

2 comentários:

  1. Boa tarde, Professor!

    Gostaria de tirar uma dúvida sobre a questão 21. Poderia me auxiliar, por gentileza?


    O gabarito oficial apresentou a alternativa C sendo correta. A partir dessa informação todos os candidatos e professores justificaram a mesma através da alteração das seguintes palavras:

    1 - o
    2 - pratica
    3 - infeliz
    4 - está
    5 - mesmo
    6 - acossado
    7 - paralisado
    8 - amarrado
    9 - o
    10 - é
    11 - o
    12 - escravizado

    MINHA PERGUNTA: por que motivo não se contou as palavras "sua", "própria" e "consciência"? Elas não deveriam concordar com "homens"?

    Segundo meu atual conhecimento, se reformulássemos a frase, ela deveria ficar da seguinte maneira:

    Sócrates, via Platão, defende que os homens que praticam o mal são os mais infelizes e escravizados de todos, pois estão em conflito interno, em desarmonia consigo mesmos, perenemente acossados e paralisados por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrados a algo onisciente que os condena e que são suas próprias consciências.

    Obrigada.

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  2. Boa tarde, Professor!

    Estou com dúvida na questão 21. Poderia me ajudar?

    O gabarito oficial apresentou a alternativa C sendo correta. A partir dessa informação todos os candidatos e professores justificaram a mesma através da alteração das seguintes palavras:

    1 - o
    2 - pratica
    3 - infeliz
    4 - está
    5 - mesmo
    6 - acossado
    7 - paralisado
    8 - amarrado
    9 - o
    10 - é
    11 - o
    12 - escravizado

    MINHA PERGUNTA: por que motivo não se contou as palavras "sua", "própria" e "consciência"? Elas não deveriam concordar com "homens"?

    Segundo meu atual conhecimento, se reformulássemos a frase, ela deveria ficar da seguinte maneira:

    Sócrates, via Platão, defende que os homens que praticam o mal são os mais infelizes e escravizados de todos, pois estão em conflito interno, em desarmonia consigo mesmos, perenemente acossados e paralisados por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrados a algo onisciente que os condena e que são suas próprias consciências.

    Obrigada.

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