sábado, 18 de junho de 2011

ORIENTAÇÃO DA SEMANA 10 - FRASES SIAMESAS OU FRAGMENTADAS


É comum ouvirmos e até encontrarmos em textos (redações, por exemplo) frases siamesas, também chamadas de fragmentadas.

Leia a frase:


A garota estava apavorada teria de enfrentar o pai furioso.


Este tipo de frase, denominada siamesa, em analogia a irmãs ou a irmãos siameses (crianças que nascem unidas por uma parte do corpo), caracteriza-se por apresentar idéias ligadas incorretamente, ou seja, frases distintas, que possuem enunciado completo, são apresentadas como se fossem uma só, por não haver elemento de ligação entre elas, como sinais de pontuação ou conetivos.

Veja como fica a frase acima, se eliminarmos o problema:

1ª opção: usar sinais de pontuação.

A garota esta apavorada; teria de enfrentar o pai furioso.

A garota estava apavorada. Teria de enfrentar o pai furioso.


2ª opção: usar conectivos coordenativos.

A garota estava apavorada, mas teria de enfrentar o pai furioso.

A garota estava apavorada, pois teria de enfrentar o pai furioso.


3ª opção: usar conectivos subordinativos.

Como teria de enfrentar o pai furioso, a garota estava apavorada.

A garota estava apavorada, porque teria de enfrentar o pai furioso.

domingo, 12 de junho de 2011

ORIENTAÇÃO DA SEMANA 9


O QUE É PARALELISMO EM LÍNGUA PORTUGUESA?

Esta palavra é usada, entre outros casos, para definir simetria no emprego de determinadas palavras. Numa frase como "gosto de leite e de refrigerante", os dois substantivos (leite e refrigerante) foram usados - simetricamente - sem artigo.

Também seria simétrica a construção da frase com artigo para os dois substantivos: "Gosto do leite e do refrigerante." É claro que essas frases não seriam rigorosamente equivalentes. Sem o artigo, fala-se genericamente das duas bebidas. Com o artigo, pressupõe-se uma certa determinação dessas bebidas. Gosta-se de um determinado leite e de um determinado refrigerante.

Seria um tanto quanto esquisito dizer "Gosto de leite e do refrigerante", ou "Gosto do leite e de refrigerante". Só uma situação muito particular justificaria a presença do artigo para um substantivo e sua ausência para o outro.

Vejamos outro caso: "Não vou a jogos, nem a bailes." Aqui os dois substantivos (jogos e bailes) foram usados sem artigo. Poderiam ser usados com artigo: "Não vou aos jogos, nem aos bailes." De novo, o sentido não é o mesmo. No primeiro caso, o falante quer dizer que não vai a nenhum tipo de jogo e a nenhum tipo de baile. No segundo caso, o cidadão não vai a jogos e a bailes específicos, dos quais certamente se falou antes.

Um belo caso ocorre com o verbo preferir. Na língua oral, costuma-se empregar esse verbo com a combinação "preferir x do que y" ("Prefiro cinema do que teatro", por exemplo). Há até um exemplo clássico, tirado de famosíssima canção interpretada por Raul Seixas: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." A gramática normativa e os dicionários de regência, no entanto, dizem que, no padrão culto, esse verbo se constrói com a combinação "preferir x a y" ("Prefiro cinema a teatro"). Isso transformaria a frase da canção de Raul em "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante a ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Será que desta forma daria para encaixar na canção do Raul?

Voltando à questão do paralelismo e à regência culta do verbo preferir, pode-se dizer "Prefiro cinema a teatro", ou "Prefiro o cinema ao teatro". Estranhas seriam as construções "Prefiro cinema ao teatro", ou "Prefiro o cinema a teatro".

Vejamos mais um caso de falta de paralelismo e de simetria, agora analisando-se um anúncio da empresa de aviação TAM: "A ponte que une preço à qualidade." O substantivo "preço" aparece sem artigo, enquanto o substantivo "qualidade" aparece com artigo (à = a+a). Duas opções podem ser feitas aqui para se corrigir este problema: 1) artigo para os dois substantivos: "A ponte que une o preço à qualidade"; 2) os dois substantivos sem artigo: "A ponte que une preço a qualidade." E o "a", é claro, sem acento indicador de crase, ou seja, sem acento grave. Parece que a segunda opção é a melhor, pelo caráter genérico e indeterminado dos dois substantivos.

Para você perceber bem a questão do paralelismo no emprego do artigo, use o artifício da troca do feminino pelo masculino. Você poderia dizer "A ponte que une qualidade a preço" ou "A ponte que une a qualidade ao preço". Por que é mais fácil perceber a falta de paralelismo em uma frase com "A ponte que une qualidade ao preço" do que em uma como a da TAM ("A ponte que une preço à qualidade")? Porque a leitura de "à" é igual à de "a". No caso da frase da TAM, só se nota a diferença no papel. Ler "à" é como ler "a". Mas ler "a" não é como ler "ao". No caso de "A ponte que une qualidade ao preço", não é preciso escrever para notar a falta de paralelismo. Os ouvidos denunciam.

Os jornais gostam de abusar desse caso de falta de paralelismo. Títulos como "Santos precisa vencer Flamengo e o Botafogo" deixam bem claro esse procedimento.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O ESCRITOR CARLOS EDUARDO NOVAES EXPÕE SUA INDIGNAÇÃO AO MEC PELO LANÇAMENTO DO LIVRO "POR UMA VIDA MELHOR"


Ainda sobre o polêmico (e inadequado!) livro POR UMA VIDA MELHOR, aprovado pelo MEC e distribuído a alunos de escolas públicas, vale a pena ler o artigo publicado pelo escritor Carlos Eduardo Novaes no Jornal do Brasil nesta semana.

Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!

A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.

A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.

Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer? Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar. (CARLOS EDUARDO NOVAES)