Questões de concursos comentadas e respondidas. Um blog a serviço da Língua Portuguesa e dos candidatos a concursos públicos em todo o Brasil. "Nulla dies sine linea".
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
SÉRIE QUESTÕES COMENTADAS E RESPONDIDAS 897
897. Avalie as modificações propostas para o trecho abaixo:
“A tentativa de reprimir o humor em período eleitoral é coerente com a liturgia que cerca o debate cheio de dedos dos presidenciáveis. Ela põe a nu quanto o nosso sistema de poder protege, dignifica, hierarquiza e sacraliza o governante. E quanto somos coniventes com isso. O medo do riso é o medo da igualdade que o momento eleitoral inevitavelmente demanda e revela. Seria possível proibir o riso e o humor neste momento, como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si próprios?”
I) Registrar o sinal indicativo de crase no A da expressão A NU.
II) Colocar acento agudo no advérbio INEVITAVELMENTE.
III) Excluir os artigos que antecedem RISO e HUMOR na última frase do trecho.
IV) Substituir o adjetivo CONIVENTES por CÚMPLICES, substituindo a preposição que segue.
V) Substituir o pronome demonstrativo ISSO pelo pronome ISTO.
Quais modificações poderiam ser feitas sem que houvesse prejuízo semântico ou gramatical ao parágrafo?
(a) Apenas I, II e IV.
(b) Apenas III e IV.
(c) Apenas II, III e IV.
(d) Apenas III, IV e V.
(e) Apenas a IV.
Comentários.
Questão sobre diversos aspectos gramaticais.
Na expressão “a nu” não pode haver sinal indicativo de crase, porque o “a’ é exclusivamente preposição, não havendo ali artigo definido feminino “a”, já que “nu”, no caso, é termo neutro. Em vista disso, está errada a assertiva I.
Errada a assertiva II, porque as palavras terminadas em “mente” não levam acento.
A supressão dos artigos no trecho “Seria possível proibir o riso e o humor neste momento, como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si próprios?” é possível sem que haja prejuízo semântico ou incorreção gramatical. Observe-se o período sem os artigos antes de “riso” e “humor”: “Seria possível proibir riso e humor neste momento, como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si próprios?”. Correta a assertiva III.
A substituição de “coniventes” por “cúmplices” é possível, desde que se troque a preposição “com” por “de”. A construção terá a seguinte redação: “E quanto somos cúmplices disso”. Correta a assertiva IV.
A substituição de “isso” por “isto”, no trecho “E quanto somos coniventes com isso”, não pode ocorrer, porque o pronome demonstrativo “isso” está se referindo a algo já tratado, que está nos períodos anteriores. O pronome “isto” só pode ser usado para fazer referência ao que se dirá. Errada a assertiva V.
Resposta: B.
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Olá, professor.
ResponderExcluirMe surgiu uma dúvida quanto ao uso do Este/esse/isto/isso enquanto lia uma página do "Mundo Vestibular". Alguém lá perguntou sobre a forma correta da frase "Esse brinco que você está usando é meu" e teve como resposta que seria, na verdade, "Este brinco...". Estranhei a resposta, pois me pareceu mais lógico usar esse, já que o brinco está com o ouvinte, mas aparentemente predominou o tempo da frase ("o brinco é meu"), não o espaço. Está correto isso?
Agradeço desde já a resposta!
Luciano
Perguntas e dúvidas devem ser enviadas para o endereço menegotto@cpcrs.com.br.
ResponderExcluirNo espaço dos comentários do blog, fica muito dífícil responder e enviar para quem me pergunta.
Prof. Menegotto.