segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO – FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – CONCURSO REALIZADO EM 13 DE SETEMBRO DE 2015 – PROVA TIPO 0004

PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO – FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – CONCURSO REALIZADO EM 13 DE SETEMBRO DE 2015 – PROVA TIPO 0004 Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 3. A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho. Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir. (LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105) 1. ... enquanto somos urdidos dentro dela. O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva. Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em: (A) Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções acerca de nossos objetivos. (B) As cores escolhidas para o bordado parecem ser o propósito definitivo de uma vida. (C) A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de desenho, cores e espessura individuais. (D) Necessitamos, habitualmente, de orientação segura na tomada de decisões corretas em nossa vida. (E) Pessoas próximas colaboram conosco na definição de projetos ao longo de toda a vida. Comentários e resposta Questão sobre vozes verbais. Somente os verbos transitivos diretos admitem a transposição para a voz passiva. Na opção (A), na locução verbal “estamos... fazendo”, o verbo principal é “fazer”, que é transitivo direto, portanto a frase é apassivável. A transposição da frase na passiva terá a construção “Durante toda a vida, opções acerca de nossos objetivos estão sempre sendo feitas por nós”. Nas alternativas (B) e (C), os verbos são de ligação. Nas alternativas (D) e (E), os verbos são transitivos indiretos (quem necessita necessita DE; quem colabora colabora COM). Resposta: (A). ____________________________________________________________________________________ 2. O texto aponta para (A) o pleno desenvolvimento de potencialidades atingido por algumas pessoas, ainda que elas estejam subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas. (B) o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na determinação da vontade de cada um em relação aos objetivos de sua própria vida, normas que sempre preponderam sobre decisões de cunho pessoal. (C) a liberdade do ser humano em estabelecer os rumos de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a existência de limites e dificuldades nesse direcionamento. (D) os conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida de uma pessoa, impedindo-a de se transformar num adulto consciente e capaz de resolver seus próprios problemas. (E) as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos, impossibilitando-lhes um direcionamento dos rumos de sua vida segundo parâmetros socialmente aceitáveis. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. O texto de Lia Luft aponta para a possibilidade de as pessoas decidirem sobre que caminhos tomar em suas vidas e sobre o respeito aos outros indivíduos. Nesse contexto, está correta a alternativa (C). Na opção (A), o erro está em indicar “desenvolvimento de potencialidades de algumas pessoas”, enquanto o texto, pelo uso de verbos em primeira pessoa do plural (no 1º parágrafo) inclui todas as pessoas. Na alternativa (B), o erro está no apontamento para o “papel das normais sociais”, quando isso, no texto, é tratado de forma secundária e com outra denominação. Com relação à afirmação contida na opção (D), o erro está na apresentação de “conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida”, o que é estranho ao texto. Já em referência à alternativa (E), o erro está na abordagem de “falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos”, o que é estranho ao texto. Resposta: (C). ____________________________________________________________________________________ 3. Entende-se corretamente que, no 2º parágrafo, a autora aborda (A) as múltiplas maneiras de construção da melhor forma de viver, ou porque se deseja liberdade plena nas opções feitas, ou porque se torna mais fácil optar pelo pertencimento a um determinado grupo. (B) as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem resultar em avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadeiramente intransponíveis. (C) a determinação no traçado de objetivos que possam nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultivados no meio social em que se insere. (D) os problemas decorrentes de uma formação incompleta, ou até mesmo deformada, que resultam em futuros empecilhos na condução de uma vida menos subordinada às imposições do meio social. (E) a plena independência que deve constituir o legado de cada pessoa, possibilitando-lhe escolhas livres, desvinculadas das normas de comportamento adotadas pelo grupo social a que pertence. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. Em relação ao 2º parágrafo do texto, a autora aborda, de modo metafórico, “as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem resultar em avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadeiramente intransponíveis”. Isso se vê em “Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam maneja : nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos” (dificuldades). Portanto está correta a alternativa (B). Na opção (A), não há, no texto, a visão de melhor forma de viver, mas como tecer a vida. Com referência à alternativa (C), não se aborda, no texto, a determinação no traçado de objetivos norteadores das escolhas, muito menos desde o início da vida. Na opção (D), é estranha a ideia de uma formação incompleta ou deformada. Na (E), não há, no texto, a abordagem de plena independência na constituição do legado de cada um. Resposta: (B). ____________________________________________________________________________________ Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 4 a 7. De gramática e de linguagem E havia uma gramática que dizia assim: “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém. Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...) As cousas vivem metidas com as suas cousas. E não exigem nada. Apenas que não as tirem do lugar onde estão. E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso ... João só será definitivo Quando esticar a canela. Morre, João... Mas o bom, mesmo, são os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. Ainda mais: Eu sonho com um poema Cujas palavras sumarentas escorram Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, Um poema que te mate de amor Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto... (QUINTANA, M. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 94) 4. Atente para os versos abaixo: E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso ... Considerando-se o poema e, especialmente, os versos acima, é correto afirmar que o poeta (A) induz o leitor à conclusão de que os seres humanos, sujeitos a inúmeras variações de humor de acordo com as circunstâncias da vida, nem sempre se encontram disponíveis para os relacionamentos sociais, ainda que tenham aprendido as lições de bom comportamento. (B) aborda as imposições sociais que se encontram usualmente na sociedade, determinando que as pessoas se comportem segundo certas normas de educação estabelecidas por todo o grupo, sendo inaceitável transgredi-las como, por exemplo, invadindo o espaço alheio. (C) tece considerações, a partir de uma lição de gramática, a respeito de possíveis relacionamentos humanos e da instabilidade que caracteriza estados de espírito a que estão habitualmente submetidas as pessoas, nos mais diferentes momentos da vida. (D) demonstra expectativa com a chegada de alguém, que lhe bata à porta a qualquer momento, embora não esteja disponível para bem acolher o visitante, pois está preso a divagações despertadas por antigas lições de gramática, e de ânimo bem pouco sociável. (E) se mostra descrente de que as interações sociais possam transcorrer normalmente, pois estão sujeitas a situações que causam desconforto, como a interferência inesperada de alguém, a interromper divagações em torno de antigas lembranças. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. Considerando-se o poema na integralidade e, em especial, os versos “E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta./Para quê? não importa: João vem!/E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,/Amigo ou adverso...”, é possível afirmar que Mário Quintana “tece considerações, a partir de uma lição de gramática, a respeito de possíveis relacionamentos humanos e da instabilidade que caracteriza estados de espírito a que estão habitualmente submetidas as pessoas, nos mais diferentes momentos da vida”. Portanto está correta a alternativa (C). Nas demais alternativas, não se encontram interpretações presentes no poema ou, então, não retratam a visão do autor expendida nos versos do enunciado. Resposta: (C). ____________________________________________________________________________________ 5. E havia uma gramática... O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está empregado em: (A) Eu sonho com um poema ... (B) As pessoas atrapalham. (C) João só será definitivo... (D) Estão em toda parte. (E) E não exigem nada. Comentários e resposta Questão sobre regência verbal. O verbo “haver”, empregado na construção “E havia uma gramática...”, é transitivo direto, tendo como complemento “uma gramática”, que tem função de objeto direto. Na opção (A), o verbo “sonhar” está empregado como transitivo indireto (quem sonha sonha com), sendo seu objeto indireto “um poema”. O verbo “atrapalhar”, na alternativa (B), está empregado como intransitivo. Quanto às opções (C) e (D), os verbos são de ligação. Na alternativa (E), o verbo “exigir” é transitivo direto, sendo seu objeto direto “nada”. Resposta: (E). ____________________________________________________________________________________ 6. As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém. Os versos acima devem ser entendidos, considerando-se o teor do poema, como (A) tentativa de aproximação da linguagem das plantas e dos animais. (B) propósito de justificar a preferência expressa pelo poeta em relação às cousas. (C) explicações a respeito de que há um misterioso sentido nas palavras. (D) verdades poéticas que costumam contrariar o sentido comum, registrado em uma gramática. (E) questionamento da constatação de que o bom, mesmo, são os adjetivos. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. Mário Quinta tece, nos versos reproduzidos no enunciado, sua preferência pelas “cousas” em relação às “pessoas”. Isso fica claro em razão de o poeta enumerar três defeitos que vê nas pessoas e três virtudes (na sua visão) das “cousas”. Está errada a opção (A), porque não há, nos versos do enunciado, abordagem de linguagem das plantas e dos animais, mas de “pessoas” e “cousas”. Correta a alternativa (B), pelas razões explicadas. Errada a alternativa (C), pois não há, nos versos do enunciado, abordagem de um “misterioso sentido nas palavras”. De igual forma, está errada a opção (D), porque, nos versos do enunciado, em relação ao teor do poema, não há “verdades poéticas que costumam contrariar o sentido comum”. Errada, também, a assertiva (E), porque, considerando-se os versos do enunciado, não há consideração acerca de adjetivos. Resposta: (B). ____________________________________________________________________________________ 7. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...) O segmento isolado por parênteses introduz, no poema, (A) exagero ao constatar a ocorrência de um fato habitual. (B) dúvida que se sobrepõe ao que é aceito pelo senso comum. (C) hipótese que contradiz o conhecimento tradicional popular. (D) objeção decorrente de uma pressuposição sobrevinda. (E) verdade inconteste, diante da repetição de um fato comum. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. No segmento poético “Um ovo. (Ovo, nem sempre,/Ovo pode estar choco: é inquietante...)”, o trecho registrado entre parênteses não traduz exagero na constatação de um fato habitual, muito menos dúvida ou hipóteses que se sobreponha ou contradiga o senso comum, tampouco verdade inconteste, mas objeção (oposição) decorrente de uma pressuposição que lhe veio à mente. Resposta: (D). ____________________________________________________________________________________ Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 8 a 11. Escrever sobre as mulheres do Sul não significa traçar um perfil único que as identifique e as diferencie das outras mulheres do restante do país. No Sul encontramos diferentes perfis femininos nos diversos períodos históricos: mulheres oriundas de etnias e classes sociais várias. [...] A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus. Nas cidades do Sul, imagens idealizadas foram frequentes a partir da segunda metade do século XIX, durante a formação das elites nos centros urbanos. O crescimento das áreas urbanas, em meados do século XIX, foi impulsionado com a inclusão da região no comércio agrário-exportador brasileiro como subsidiária, ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. Os altos preços do café no mercado externo e a destinação da mão de obra escrava para a produção cafeeira provocaram o aumento da procura por alimentos e a consequente elevação de preços. Esse fato propiciou o surgimento de um novo grupo de pessoas mais abastadas nos centros urbanos da região Sul. Em cada capital do Sul, esses grupos assumiram configurações diferentes. [...] Num futuro próximo, esses grupos iriam promover os jornais responsáveis pela divulgação de modelos de comportamento, especialmente para as mulheres. Os jornais pareciam veicular um projeto civilizador com pretensão de construir novos homens e mulheres, divulgando imagens idealizadas para ambos os sexos. [...] Embora os jornais sulistas reproduzissem estereótipos existentes há séculos, faziam-no em um contexto específico, respondendo a uma conjuntura determinada, na qual a demonstração de distinção e a exposição de um certo verniz social implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe. Nas imagens dos jornais das cidades do Sul, e provavelmente em outras cidades do restante do país, as mães seriam responsáveis pelo progresso e a civilização, pois eram consideradas criadoras e educadoras das novas gerações. (Adaptado de: PEDRO, J. M. Mulheres do Sul. In: DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012, p. 278-282) 8. No texto, a autora (A) salienta a importância da imprensa em certa época, no Sul do país, como incentivadora e divulgadora de modelos ideais de comportamento e, principalmente, de uma nova imagem da mulher. (B) atesta a responsabilidade dos produtores de café, na época, em relação ao aumento da desigualdade social, como consequência do encarecimento desse produto no mercado externo. (C) condena os estereótipos que os jornais sulistas há séculos reproduziam, ao defenderem que as mulheres só podiam alcançar realização pessoal se tivessem muitos filhos. (D) alude a dificuldades de manutenção da sociedade conjugal, já durante o século XIX, devido à constante ausência da figura masculina, fato que resultava em maior liberdade para as mulheres. (E) insiste no papel predominante da figura masculina como mantenedora de atividades produtivas no Sul do país, apesar de inúmeros conflitos, enquanto a mulher seria responsável pela harmonia familiar. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. A autora, em seu texto, “salienta a importância da imprensa em certa época, no Sul do país, como incentivadora e divulgadora de modelos ideais de comportamento e, principalmente, de uma nova imagem da mulher”, o que se pode ver, mais especificamente, no 1º, 4º e último parágrafo. Resposta: (A). ____________________________________________________________________________________ 9. A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus. Mantém-se a correção no emprego do sinal indicativo de crase se o segmento grifado na frase acima for substituído por: (A) à típica idealização divulgada. (B) à qualquer das idealizações divulgadas. (C) à uma determinada idealização divulgada. (D) à cada uma das idealizações divulgadas. (E) à algumas idealizações divulgadas. Comentários e resposta Questão sobre crase. No trecho “A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus”, a substituição do segmento sublinhado manterá o sinal indicativo de crase com “à típica idealização divulgada”, portanto está correta a opção (A). Nas opções (B), (D) e (E), as palavras “qualquer”, “cada” e “algumas” são pronomes indefinidos, e não há crase antes de pronomes indefinidos. No caso da alternativa ((E), ainda há o agravante de o “a” estar no singular e a palavra seguinte no plural. Na alternativa (C), aparece “uma”, e não há crase antes de “uma”. Resposta: (A). ____________________________________________________________________________________ 10. Identifica-se, no texto, distinção entre (A) os grupos sociais mais abastados, principalmente de imigrantes, e a população de origem escrava, empregada no cultivo do café. (B) a economia baseada na exportação, que caracterizou algumas regiões brasileiras, e a da região Sul do país, voltada para o mercado interno. (C) as normas de comportamento adotadas por uma sociedade já instalada em áreas urbanas desenvolvidas e os costumes tradicionais, próprios das áreas rurais. (D) as mulheres dedicadas à vida familiar, como se propunha costumeiramente nessa época, e outras, liberadas, cuidando de seus próprios afazeres. (E) o conteúdo publicado em jornais do Sul em relação a modelos de comportamento e o que se encontrava nas demais publicações existentes no restante do país. Comentários e resposta Questão sobre interpretação de texto. Fica claramente identificada, no texto, a distinção entre “a economia baseada na exportação, que caracterizou algumas regiões brasileiras, e a da região Sul do país, voltada para o mercado interno”, portanto está correta a alternativa (B). As opções (A), (C) e (D) sequer especificaram a região Sul. Já na alternativa (E), a região Sul foi citada, mas o restante da afirmação não contém elementos que a autora tenha utilizado para a distinção. Resposta: (B). ____________________________________________________________________________________ 11. ... ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. A relação estabelecida entre os termos constantes do segmento sublinhado acima está reproduzida no segmento, também sublinhado, em: (A) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ... (B) Os altos preços do café no mercado externo ... (C) Nas cidades do Sul ... (D) ... e a exposição de um certo verniz social ... (E) ... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe. Comentários e resposta Questão sobre funções sintáticas. No segmento constante no enunciado, o adjetivo “fornecedora” não possui sentido completo, exigindo, portanto, complemento nominal, que é “de alimentos”. Nas opções “(A), (B), (C) e (E), as palavras “imagens”, “preços”, “cidades” e “mulheres” possuem sentido completo, não exigindo complemento nominal. Os segmentos que estão associados a cada uma dessas palavras são adjuntos adnominais. Já com relação à alternativa (D), o substantivo “exposição” não possui sentido completo, exigindo, a exemplo do adjetivo “fornecedora”, complemento nominal. Portanto está correta a opção (D). Resposta: (D). ____________________________________________________________________________________ 12. O povoamento do Rio Grande do Sul atraiu uma população masculina eminentemente nômade. A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na pecuária extensiva. A ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas propiciava a ausência dos homens. As mulheres assumiram a direção dos empreendimentos familiares. As mulheres transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. As frases acima se organizam em um único parágrafo, mantendo-se a correção e a clareza, em: (A) A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na pecuária extensiva, com um povoamento de população masculina eminentemente nômade. Além, ainda, da ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas. As mulheres assumiram, contudo, a direção dos empreendimentos familiares, onde transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. (B) As mulheres do Rio Grande do Sul, com uma população masculina eminentemente nômade e de economia baseada na pecuária extensiva, participando, além disso, de inúmeros conflitos e batalhas. Elas transpuseram assim os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo, ao assumir a direção dos empreendimentos familiares, com a constante ausência dos homens. (C) A população masculina, eminentemente nômade, do Rio Grande do Sul, onde a economia baseava-se na pecuária extensiva, além da ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas. As mulheres assumiram a direção dos empreendimentos familiares, transpondo os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo, cuja causa foi propiciada pela constante ausência dos homens. (D) O povoamento do Rio Grande do Sul, cuja economia se baseava na pecuária extensiva, atraiu uma população masculina eminentemente nômade. A ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas também propiciava a ausência dos homens. Ao assumir, então, a direção dos empreendimentos familiares, as mulheres transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. (E) Com uma população masculina eminentemente nômade, que povoou o Rio Grande do Sul, baseando-se na pecuária extensiva, cujas batalhas e conflitos propiciaram a ausência dos homens, as mulheres assumiram, não obstante, a direção dos empreendimentos familiares. Assim, elas transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. Comentários e resposta Questão sobre reestruturação de períodos e correção em geral. Na opção (A), há erro de reestruturação e no emprego de “onde”. ONDE só pode ser empregado para referência a lugar físico, e no trecho foi utilizado para retomar “direção dos empreendimentos familiares”. Quanto à opção (B), o primeiro perído ficou sem sentido, porque a oração principal iniciou (“As mulheres do Rio Grande do Sul”), mas não terminou. Além disso,a reconstrução está confusa. Relativamente à opção (C), o primeiro período inicia a oração principal, que não é concluída, estabelecendo ausência de sentido. Correta a reconstrução presente na opção (D). Na alternativa (E), a relação estabelecida entre “pecuária extensiva” e “batalhas e conflitos” é inadequada e não traduz o sentido original dos períodos do enunciado. Errada. Resposta: (D). ____________________________________________________________________________________ Não há questão recorrível. Prof. Menegotto®