terça-feira, 28 de janeiro de 2014

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL – PARA PROVIMENTO DE VAGAS DE NÍVEL MÉDIO

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL – PARA PROVIMENTO DE VAGAS DE NÍVEL MÉDIO Prova ocorrida dia 26 de janeiro de 2014 QUESTÃO 1 – Ortografia. As lacunas das linhas 09, 14, 17 e 19 devem ser preenchidas, respectivamente, pelas palavras “aborígenes” (ou “aborígines”), “êxito” (que significa sucesso, resultado satisfatório), “ameríndios” (denominação dada aos índios americanos, daí “amer”, de América” + “índios”), e “miscigenação” (processo ou resultado de mistura de raças). RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 2 – Interpretação de texto. Segundo o texto, especialmente no trecho “Se eles foram extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não foi por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela espécie e a nossa” (l. 03-04), não há referência a questões genéticas. Incorreta a assertiva I. Quanto à assertiva II, não há, no texto, referência ao fato de ainda hoje existirem pessoas que vivem na díade da pedra, muito menos pela justificativa de não se interessarem por tablets. Incorreta a afirmativa II. O texto aborda que o Neandertal povoou a Europa por dezenas de milênios, antes de disputá-la com o sapiens, mas não faz referência ao fato de o Neandertal ter desaparecido em razão do cruzamento com o Homo sapiens (l. 10-11). Nas linhas 18 a 20, o texto aborda a absorção dos Neandertais pela miscigenação. Incorreta a assertiva III. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 3 – Pontuação, identificação de sujeito e interpretação de texto. No trecho “Bortolini não é antropóloga culturalista – bióloga, comparou 162 genes das duas espécies e constatou que, em matéria de cognição, o Neandertal não fica devendo nada para um Da Vinci.” (l. 04-06), não há erro de pontuação. Observe-se que o travessão introduz uma explicação; a vírgula depois de “bióloga” isola aposto; as vírgulas antes e depois de “em matéria de cognição” isolam um adjunto adverbial deslocado. Falsa a primeira afirmação. O travessão utilizado no trecho é pontuativo, introduzindo explicação; não é, portanto, ortográfico, nem a palavra é composta. Falsa a segunda afirmação. As formas verbais “comparou” e “constatou” estão na terceira pessoa do singular e tem como sujeito “Bortolini”, sobrenome da professora. Verdadeira a terceira afirmação. A comparação é feita entre a espécie Neandertal e o gênio Leonardo Da Vinci, não espécie Da Vinci. A expressão “não fica devendo” está sendo empregada em sentido figurado, não envolvendo débito monetário. Falsa a quarta afirmação. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 4 – Semântica e interpretação de texto. A expressão “deita abaixo”, no trecho “justamente o que deita abaixo a pesquisa do grupo...” (l. 15), está empregada em sentido figurado e significa “põe abaixo”, “desaprova”, “desmancha”, “extingue”. Portanto está correta a afirmação I e errada a afirmação II. A substituição de “deita abaixo”, no trecho acima reproduzido, por “indica” alteraria o sentido, pois passaria a significa o contrário da mensagem original. Errada a assertiva III. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 5 – Emprego de pronomes. No trecho “Se eles foram extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não foi por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela espécie e a nossa” (l. 03-04), o pronome “eles” (destacado) se refere a “Neandertais” (l. 01), não a “penduricalhos” (l. 02) Errada a primeira relação. A segunda ocorrência de “que” (l. 10), no trecho “Bortolini sugere que o mesmo se aplica para as nossas diferenças com o Neandertal, que por dezenas de milênios povoou a Europa, antes de disputá-la com o sapiens...” (l. 09-11), refere-se a “Neandertal”, registrado imediatamente antes do pronome. Correta a segunda relação. No trecho “Bortolini sugere que o mesmo se aplica para as nossas diferenças com o Neandertal, que por dezenas de milênios povoou a Europa, antes de disputá-la com o sapiens...” (l. 09-11), o pronome “la” (destacado) retoma “Europa”. Correta a terceira relação. A expressão “os visitantes”, no trecho “ As populações Neandertais não sobreviveriam por mais de 10 mil anos após o contato com os visitantes” (l. 13-14), refere-se ao “sapiens” (l. 11), não às “populações Neandertais”. Errada a quarta relação. O pronome possessivo “sua”, no trecho “é possível que os Neandertais tenham sido ‘absorvidos’ num processo de miscigenação, diluindo gradualmente a sua carga genética a cada novo filho...” (l. 18-20), retoma “Neandertais” (carga genética dos Neandertais), não a “hominídeos africanos”. Errada a quinta relação. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 6 – Formação de palavras e semântica. O termo “emigrante” é substantivo derivado de verbo (“emigrar”). O verbo recebe o sufixo “-ante”, que indica agente, função, equivalente a “emigrado”, cujo significado é idêntico. As duas formas (“emigrante” e “emigrado”) significam aquele que deixou seu país de origem, sendo oposto a “imigrar”. Portanto estão corretas as assertivas A, B, C e E. Está errada a alternativa D, porque o sentido de “emigrante” vai de encontro ao sentido de “imigrar”, portanto opostamente. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 7 – Relação entre letras e fonemas (fonética). A palavra “penduricalhos” (l. 02) apresenta 13 letras e 2 dígrafos (1 nasal: EM; 1 oral: LH), logo tem 11 fonemas. A palavra “extintos” (l. 03) apresenta 8 letras e 1 dígrafo nasal (IN), logo tem 7 fonemas. A palavra “Neandertal” (l. 10) apresenta 10 letras e 1 dígrafo (AN), portanto tem 9 fonemas. Em “hipóteses” (l. 14), há 9 letras, mas o H inicial não é sonante, logo tem 8 fonemas. No adjetivo “genealógica” (l. 21), há 11 letras e nenhum dígrafo ou dífono, portanto possui igual número de letras e fonemas. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 8 – Formação de palavras. A palavra “antropocêntrico” (l. 01) é formada por dois primitivos (“antropo” e “centro”) e um sufixo (“-ico”). Portanto sua formação pode ser entendida como derivação sufixal. Errada a afirmação I. O termo “lítica” (l. 08) apresenta o sufixo “-ica” (a exemplo de “-ico”, em “antropocêntrico”). O sufixo “-ico/ica” é formador de adjetivo. No caso de “lítica” (referente ao “lito” – pedra -), a palavra se deriva de substantivo. Errada a afirmação II. O radical de “forasteira” (l. 20) é “fora”, não “for”. O sufixo é “-eira”, significando aquela que vem de fora. Errada a afirmação III. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 9 – Conjugação verbal. O verbo “ir”, no trecho “Vá tentar ser...” (l. 01) está conjugado na terceira pessoa do singular do modo imperativo (você), expressando uma ordem, que é a natureza dos verbos no imperativo. Observe-se: VAI tu, VÁ você... No trecho “Se eles foram...” (l. 03), o verbo “ir” está na terceira pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito do indicativo. Observe-se: eu FUI, tu FOSTE, ele(a) FOI, nós FOMOS, vós FOSTES, eles(as) FORAM. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 10 – Reescrituras de trechos. QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO Se, no trecho “Se eles foram extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não foi por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela espécie e a nossa” (l. 03-04), “foram” fosse substituído por “fossem”, a frase deveria ser alterada. Observe-se a alteração: “Se eles fossem extintos, diz a professora Maria Cátira Bortolini, não seria por falta de astúcia, mas por diferenças culturais entre aquela espécie e a nossa”. O verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (“fossem”) exigirá que o verbo “ser”, na forma “foi”, passe para o futuro do pretérito do indicativo (“seria”), ou “teria sido”. Incorreta a assertiva I. A BANCA INDICOU COMO CORRETA ESTA ASSERTIVA. No trecho “temos primos Homo sapiens vivendo no tempo da indústria lítica...” (l. 07-08), a forma verbal “vivendo” não poderia ser substituída por “que vivem”, haja vista que romperia o paralelismo existente entre “vivendo” e construindo”, ambos no gerúndio. Se fosse substituído por “que vivem”, o gerúndio “construindo” deveria passar a “constroem”. Por exemplo: “temos primos Homo sapiens que vivem no tempo da indústria lítica e constroem ferramentas...”. Incorreta a assertiva II. A substituição de “é provável” por “provavelmente”, no trecho “Por isso que, se a sua árvore genealógica não estiver toda plantada na África, é provável que você carregue de 1% a 4% de ‘DNA Neandertal’” (l. 20-22), não é possível sem causar alterações na frase. Observe-se: “Por isso que, se a sua árvore genealógica não estiver toda plantada na África, provavelmente que você carrega de 1% a 4% de ‘DNA Neandertal’”. Incorreta a assertiva III. A BANCA INDICOU COMO CORRETA ESTA ASSERTIVA. RESPOSTA DA BANCA: B. – RESPOSTA ADEQUADA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 11 – Crase. Na lacuna da linha 03, no trecho “... mas ela ajuda ___ reforçar...”, deve aparecer apenas preposição “a”, porque “reforçar” é verbo, e antes de verbo não há crase. Correta a assertiva I. No trecho “a resistência ___ tese do ‘gente como a gente’ é comparável ___ preconceitos...” (l. 24), a primeira lacuna deve ser preenchida com “à”, porque “resistência” exige preposição “a” e a palavra “tese” é feminina; a segunda lacuna, porém, deve receber apenas preposição “a”, porque “preconceitos” é palavra masculina, e antes de palavra masculina não há crase. Errada a assertiva II. Quanto à lacuna da linha 26, no trecho “provável adaptação ___ ambientes glaciais”, deve receber apenas preposição “a”, porque a palavra “ambientes” é masculina, e antes de palavra masculina não há crase, estando no singular ou no plural. Errada a assertiva III. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 12 – Semântica. No trecho “características rácicas” (l. 11), o adjetivo “rácicas” significa “raciais”, podendo ser substituído por esta palavra sem alteração de sentido. A sugestão da assertiva I não provoca alteração de sentido. “Indícios” é sinônimo de “vestígios”. Portanto, no trecho “o pesquisador português encontrou indícios de pintura...” (l. 15), o termo “indícios” poderá ser substituído por “vestígios”, sem alteração do texto original. A sugestão da assertiva II não provoca alteração de sentido. O adjetivo “simbólico”, no trecho “incapazes de comportamento simbólico” (l. 18), significa que tem caráter de ou que serve como símbolo. “Simbolista”, por sua vez, significa que é adepto do movimento Simbolista. Não é possível, portanto, substituir “simbólico” por “simbolista”. A sugestão III provoca alteração de sentido. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 13 – Reconhecimento e classificação de orações. No trecho “É possível que as variações de Homo sejam representações modernas de uma espécie que vem se definindo há dois milhões de anos” (l. 05-06), a oração principal é “É possível”. O sujeito de “É possível” é o restante da frase (oracional). Correta a assertiva I. O período é composto por duas orações: 1ª) “É possível que as variações de Homo sejam representações modernas de uma espécie”; 2ª) “que vem se definindo há dois milhões de anos”. Errada a assertiva II. A oração “que vem se definindo há dois milhões de anos” é subordinada adjetiva restritiva, não explicativa, pois não ficou isolada por vírgulas. Errada a assertiva III. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 14 – Reconhecimento de classes gramaticais. No trecho “É possível que as variações de Homo sejam representações modernas de uma espécie que vem se definindo há dois milhões de anos” (l. 05-06), os termos destacados são: possível adjetivo, porque traduz qualidade variações substantivo comum, simples e abstrato de preposição uma artigo indefinido feminino singular que pronome relativo dois numeral cardinal RESPOSTA: D. QUESTÃO 15 – Conjunções. No trecho da linha 03 (“mas ela ajuda a reforçar”), a conjunção “mas”, que é coordenativa adversativa, funciona como mecanismo de contraste ou oposição. Quanto à ocorrência de “mas também”, no trecho “Diferiam mais do que, hoje em dia, diferem os esquimós e os etíopes, mas também eram diferenças...” (l. 12-13), a locução conjuntiva “mas também”, é mecanismo que indica adição, soma. No segmento “para preservar a ideia de que os Neandertais eram brucutus incapazes de comportamento simbólico, cientistas chegam a cogitar...” (l. 17-18), a conjunção “para” (subordinativa final) é mecanismo que revela finalidade. No trecho “Por isso, foi traumático saber que a Terra...” (l. 31-32), a conjunção “Por isso” indica explicação em relação à afirmação contida no período anterior. A combinação numérica será 2 – 1 – 4 – 3. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 16 – Semântica e interpretação. Na opção A, o trecho não apresenta termo ou expressão de linguagem informal. Na alternativa B, a expressão “soprar um apito final na comunidade científica” e “mixórdia acadêmica” são segmentos claramente utilizados como linguagem informal. Na opção C, “brucutus incapazes de comportamento simbólico” está sendo empregada como linguagem figurada, informal. A expressão “mocorongos” revela, na assertiva D, o emprego de linguagem informal. Ao empregar “cabeçudos”, na construção da opção E, utilizou-se linguagem informal. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 17 – Reescritura de trechos. O trecho “como a discussão sobre se os índios tinham alma ou não” (l. 27-28) não guarda equivalência de sentido com “como o debate sobre a existência ou não dos índios e de suas almas”. No trecho original, a discussão ocorre sobre a existência de alma nos índios; na proposta de reescritura, a discussão passa a ser sobre a existência dos índios e de suas almas. A proposta da assertiva I acarreta mudança de sentido. No segmento “mas a teoria estaria alicerçada em poucas amostras” (l. 22), a ideia pode ser reescrita como a sugestão: “mas a teoria alicerçar-se-ia em poucas amostras”. A supressão do verbo auxiliar “estar” e a colocação de pronome em mesóclise são medidas corretas gramaticalmente e mantêm o sentido original do texto. Quanto à mesóclise, não há elemento de atração que exija próclise. A proposta da assertiva II não acarreta mudança de sentido. O segmento “Não faz sentido colocar a questão em termos de ‘nós e os outros’” (l. 10) não encontra correspondência de sentido na reconstrução “o sentido não é feito por termos a questão do ‘nós e dos outros’”. Observe-se que, no trecho original, colocar a questão em termos de nós e os outros é que não faz sentido; na reconstrução, o sentido não é feito porque temos a questão do nós e dos outros, o que altera sensivelmente o sentido. A proposta da assertiva III acarreta mudança de sentido. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 18 – Acentuação gráfica. A palavra “fértil” (l. 03) é acentuada por ser paroxítona terminada em “L”. Já “intraespecífica” (l. 13) leva acento gráfico por ser proparoxítona. Errada a assertiva I. O advérbio “também” recebe acento pela regra das oxítonas terminadas em “EM”. Correta a assertiva II. Se for retirado o acento gráfico de “está” (l. 32), a palavra resultante será pronome demonstrativo “esta”; se for retirado o acento gráfico de “história”, a forma resultante será verbo: “historia” (eu historio, tu historias, ele(a) historia...). Certa a afirmação III. RESPOSTA: D. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 19 – Concordância. No trecho “E assim também João Zilhão, arqueólogo da Universidade de Barcelona que vem estudando a arte deixada pelos Neandertais nos sítios de Cueva de los Aviones e Cueva Antón, no sudeste da Espanha” (l. 07-09), se for acrescentado o segmento “e seus colegas de departamento” logo após “João Zilhão”, haverá outras duas alterações obrigatórias: “E assim também João Zilhão e seus colegas de departamento, arqueólogos da Universidade de Barcelona que vêm estudando a arte deixada pelos Neandertais nos sítios de Cueva de los Aviones e Cueva Antón, no sudeste da Espanha”. Errada a assertiva I. Se “matriz”, no trecho “Há também uma matriz cultural que tenta nos erguer acima e para fora da natureza” (l. 31), fosse pluralizada, haveria outras três alterações obrigatórias: “Há também umas matrizes culturais que tentam nos erguer acima e para fora da natureza”. Correta a assertiva II. A substituição de “ideia” por “opinião”, no trecho “sempre defendo a ideia de que o sentido da humanidade não automaticamente nos exclui do mundo vivo, do mundo animal – diz Bortolini” (l. 35-36), não acarretaria alteração. Observe-se o trecho com a modificação sugerida: “sempre defendo a opinião de que o sentido da humanidade não automaticamente nos exclui do mundo vivo, do mundo animal – diz Bortolini”. Errada a afirmativa III. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 20 – Interpretação de texto. A afirmação de que a regra de que não é possível cruzar espécies distintas e criar descendentes estéreis é universal, podendo ser aplicada em todos os casos está em desacordo com o texto. Na linha 02, vê-se que essa regra nem sempre funciona, se dá exemplo com a cruza de tigres e leões, que pode gerar uma fêmea fértil. Está em desacordo com o texto a primeira afirmação. No trecho “Diferiam mais do que, hoje em dia, diferem os esquimós e os etíopes, mas também eram diferenças...” (l. 12-13), pode-se observar que a segunda afirmação está em desacordo com o texto. A terceira afirmação encontra respaldo no texto, especialmente no trecho “Nas cuevas, o pesquisador português encontrou indícios de pintura e ornamentação que antecedem em pelo menos 5 mil anos qualquer sinal da presença do homem moderno na Europa. Longe de soprar um apito final na comunidade científica, achados como o de Zilhão causam uma mixórdia acadêmica” (l. 15-17). O termo “mixórdia” está sendo empregado como mistura confusa de coisas variadas, confusão, portanto reações diferentes. A terceira afirmação está de acordo com o texto. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ A QUESTÃO 10 É PASSÍVEL DE RECURSO. VER TEXTO NESTES COMENTÁRIOS. Publicado no saite WWW.cpcrs.com.br, no blog professormenegotto.blogspot.com e disponível na Loja Copystar (Xerox do CPC) PROIBIDA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, SEM A ANUÊNCIA DO AUTOR. Direitos autorais reservados a Prof. Menegotto®

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DA SECRETARIA DA SAÚDE DO RS - NÍVEL SUPERIOR

COMENTÁRIOS À PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CONCURSO DA SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL – PARA PROVIMENTO DE VAGAS DE NÍVEL SUPERIOR Prova ocorrida dia 26 de janeiro de 2014 QUESTÃO 1 – Interpretação de texto. Segundo o texto, o fato de os seres humanos aperfeiçoarem suas habilidades como cozinheiros está na presença de neurônios em muito maior quantidade que os neurônios nos não humanos. Isso é que leva os seres humanos à cozinha (observem-se informações entre as linhas 06 e 08 do texto). A primeira afirmação está em desacordo com o texto. Em relação às informações contidas no texto entre as linhas 17 e 23, os seres humanos precisam ingerir comida para cobrir os custos neuronais, haja vista que, diferentemente das plantas, os humanos não fazem fotossíntese. A segunda informação está de acordo com o texto. O trecho compreendido entre as linhas 35 e 39 deixa claro que a ingestão de comidas não cozidas leva o ser humano a viver faminto e desnutrido. Está de acordo com o texto a terceira afirmação. Não há, no texto, informação de que todos os seres humanos, atualmente, ingerem alimentos industrializados extremamente calóricos. A autora, entre as linhas 44 e 48, faz simples alusão à quantidade de calorias existente em alimentos do MacDonald’s ou a um Panettone, mas isso não significa que todos os humanos se alimentem de produtos industrializados. A quarta afirmação está em desacordo com o texto. RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 2 – Aspectos gramaticais diversos. A lacuna da linha 21 deve ser preenchida com o pronome relativo “cujo”, indicando relação de posse entre os elementos Homo erectus (l. 21) e cérebro (l. 22). O pronome “cujo” é flexionável, assumindo gênero e número (“cujo/cuja/cujos/cujas”), portanto não pode ser construído com artigo imediatamente depois. Errada a assertiva I. A palavra “grama”, como “medida de massa”, é masculina, portanto, na lacuna da linha 24, deve aparecer “Um”. Por oportuno, registra-se o fato de a autora ter utilizado a palavra equivocamente em duas passagens do texto (l. 25 e 32), tratando-a como feminina. De tais registros, é possível afirmar que a Banca induz o candidato a utilizar “Uma”, o que colabora para a dificuldade da questão. Errada a assertiva II. Na lacuna da linha 32, deve aparecer “malpassado”. O vocábulo “mal” exigirá hífen apenas antes de palavras iniciadas por vogal (“mal-estar”, “mal-educado”, por exemplos) e “h” (“mal-humorado”, por exemplo). Nas demais situações, junta-se: “malpassado”, “malfeito”... Correta a afirmação III. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 3 – Semântica e interpretação de texto. No trecho “Mas passei ao largo de todas as caixas que compramos para o Natal” (l. 01-02), a substituição da expressão “ao largo de” (destacada) por “por” alteraria o sentido da mensagem original. Observe-se que, no trecho original, “ao largo de” foi empregado pela autora com o significado de “ter-se afastado”, “ter evitado”. Se for substituída por “por”, significará “ter passado pelas caixas”. A proposta I produziria alteração na mensagem original. Quanto ao trecho “... cérebro aumentou bastante de tamanho durante sua existência provavelmente já incrementada pela cozinha” (l. 22-23), a autora, ao empregar “provavelmente”, não registra sua ideia com certeza, deixando clara a dúvida de que a existência do Homo erectus possa ter sua existência incrementada pelos hábitos culinários. A inserção de “totalmente” antes de “incrementada”, na assertiva II, altera, portanto, a mensagem original, porque, se já não há certeza de que a existência do Homo erectus tenha sido incrementada pela cozinha, muito menos que ela tenha sido totalmente incrementada pela cozinha. No segmento “os chimpanzés dilaceram a carne” (l. 33-34), a ideia é de que “rompem” o alimento, “destroçam” a carne para ingeri-la, e não apenas “comem”. Portanto, na assertiva III, a substituição de “dilaceram” por “comem” alteraria o sentido original da mensagem. No trecho “Ao invés disso, conseguimos em meros 10 minutos engolfar as 2 mil calorias necessárias...” (l. 45-46), o verbo “engolfar” está empregado como “comer”, “ingerir”, “absorver”. Portanto, na assertiva IV, a proposta de substituição de “engolfar” por “absorver” não traria alteração à mensagem. RESPOSTA: C. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 4 – Regência verbal. A troca de “me leva”, no trecho “o que me leva ao título do post” (l. 06), por “explica” não produziria condições para o uso da crase. Observe-se que “levar”, em “me leva”, exige preposição, o que justifica “a” em “ao”. Já o verbo “explicar”, que é transitivo direto, não exigiria preposição. O trecho, já com a alteração, ficaria “o que explica o título do post”. Verdadeira a primeira assertiva. O verbo “chegar” é transitivo indireto, exigindo preposição “a” nas duas ocorrências: “Chegar às nossas mãos...” (l. 13) e “chegamos a três vezes” (l. 16). No primeiro caso, o registro de crase é obrigatório, por se tratar de pronome possessivo no plural; no segundo caso, só há preposição, porque não há crase antes de numeral. Verdadeira a segunda afirmação. A substituição de “graças”, que exige preposição “a”, no trecho “graças não ao carnivorismo” (l. 20), por “por causa” exigiria a troca da preposição “a” por “de”, contraída com o artigo “o”. Observe-se o trecho já alterado: “por causa do carnivorismo”. Falsa a terceira afirmação. No trecho “adotar uma dieta de alimentos crus” (l. 37), a substituição de “adotar”, por “seguir” não produziria alteração no contexto, porque ambos são verbos transitivos diretos. Observe-se a sequência já alterada: “seguir uma dieta de alimentos crus”. Verdadeira a quarta afirmação. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 5 – Concordância. Se, no trecho “Chocottone, então, nem se fala: como é ainda mais rico em gorduras do que o Panettone, à taxa de 443 kCal por 100 gramas, o treco é mais engordativo até do que açúcar puro” (l. 04-05), fosse acrescentada a expressão “e bolo inglês” logo após “Chocottone”, a construção do período sofreria obrigatoriamente seis alterações: “Chocottone e bolo inglês, então, nem se fala: como são ainda mais ricos em gorduras do que o Panettone, à taxa de 443 kCal por 100 gramas, os trecos são mais engordativos até do que açúcar puro”. Errada a assertiva I. Substituindo-se a palavra “Chimpanzés” (l. 30), no trecho “Chimpanzés, por exemplo, são forçados a passar seis horas por dia mastigando folhas, frutas e raízes, e eles precisam de uma hora de mastigação para engolir aproximadamente 300 g de carne crua” (l. 30-31) por “O indivíduo”, haverá outras quatro alterações: “O indivíduo, por exemplo, é forçado a passar seis horas por dia mastigando folhas, frutas e raízes, e ele precisa de uma hora de mastigação para engolir aproximadamente 300 g de carne crua”. Correta a assertiva II. A substituição de “Os humanos” (l. 36), no trecho “Os humanos que hoje decidem (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus sofrem as consequências: seu colesterol é de fato saudável, mas eles vivem famintos e desnutridos, pois demoram horas para ingerir alimentos que rendem bem pouco em termos de energia” (l. 36-39), por “O indivíduo” gerará outras sete alterações: “O indivíduo que hoje decide (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus sofre as consequências: seu colesterol é de fato saudável, mas ele vive faminto e desnutrido, pois demora horas para ingerir alimentos que rendem bem pouco em termos de energia”. Errada a assertiva III. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 6 – Emprego de pronomes. O pronome demonstrativo “aquilo” (l. 03), no trecho “Por uma razão simples: com 353 calorias em cada 100 gramas, aquilo é uma legítima bomba calórica...” (l. 02-03) refere-se a panetone (l. 01), não a caixas. Errada a afirmativa I. O pronome “o”(destacado) (primeira ocorrência da l. 10), no trecho “Não, o nosso cérebro não é o maior de todos (elefantes e cetáceos variados nos deixam no chinelo), mas é possivelmente o que tem o maior número de neurônios concentrados em uma cabeça só...” (l. 09-10), se refere a “nosso cérebro”. Observe-se: “Não, o nosso cérebro não é o maior de todos (elefantes e cetáceos variados nos deixam no chinelo), mas é possivelmente aquele (o nosso cérebro) que tem o maior número de neurônios concentrados em uma cabeça só...”. Correta a assertiva II. Quanto ao pronome “los” (l. 18), no trecho “Um tal número enorme de neurônios tem, no entanto, um custo igualmente enorme: é preciso energia para mantê-los funcionando...”(l. 17-18), a referência é feita a “neurônios”, não a “alimentos in geridos”. Errada a afirmativa III. No trecho “Do contrário, o rendimento é baixo: uma batata crua, por exemplo, rende ao organismo que a ingere...” (l. 27-28), o pronome “a” (destacado) retoma “batata crua”. Correta a assertiva IV. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 7 – Funções sintáticas. No trecho “eles precisam de uma hora de mastigação para engolir aproximadamente 300 g de carne crua” (l. 31), as funções sintáticas são as seguintes: - na primeira oração (“eles precisam de uma hora de mastigação”), pergunta-se: a) quem precisa de uma hora de mastigação? Resposta: “eles”, que é o sujeito; b) que é que “eles” fazem”? Resposta: “precisam”. c) quem precisa precisa de alguma coisa; de que eles precisam? Resposta: “de uma hora”, que é o objeto indireto. d) eles precisam de uma hora de quê? Resposta: “de mastigação”, que é adjunto adnominal de “uma hora”. - na segunda oração (“para engolir aproximadamente 300 g de carne crua”), pergunta-se: a) que é que eles engolem? Resposta: “300 g de carne crua”, que é objeto direto de “engolir”. b) “aproximadamente” é adjunto adverbial. Portanto os espaços da coluna 2 devem ser preenchidos assim: (5) adjunto adnominal (3) adjunto adverbial (1) sujeito (4) objeto direto (2) objeto indireto RESPOSTA: E. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 8 – Reescritura de trechos. A reconstrução “Quem não é humano é incapaz de comer alimentos crus” revela que animais não comem alimentos crus, o que não corresponde ao trecho original “comer cru é coisa de seres não humanos, e por pura incompetência para fazer diferente” (l. 35). A sugestão da assertiva I alteraria significativamente o trecho original. O trecho “Cozidos, os alimentos amolecem e se tornam mais fáceis de mastigar e de engolir” (l. 40) corresponde, no significado, à reescritura “Alimentos amolecidos por causa do cozimento fazem com que haja maior facilidade de mastigação e de deglutição”. A sugestão da assertiva II não alteraria o significado do trecho original. O segmento “Se não cozinhássemos, teríamos que passar mais de seis horas por dia mastigando” (l. 44) encontra identidade semântica na reconstrução “O fato de não cozinhar implicaria a necessidade de mastigar os alimentos por mais de seis horas por dia”. A sugestão da assertiva III não alteraria o significado do trecho original. RESPOSTA: A. _______________________________________________________________________ QUESTÃO 9 – Pontuação. No trecho “Vamos deixar uma coisa clara desde o começo: eu adoro panetone. Mas passei ao largo de todas as caixas que compramos para o Natal. Por uma razão simples...” (l. 01-02), o ponto depois de “Natal” poderia ser substituído por vírgula sem causar incorreções. Observe-se o trecho já com a modificação pontuativa: ““Vamos deixar uma coisa clara desde o começo: eu adoro panetone. Mas passei ao largo de todas as caixas que compramos para o Natal, por uma razão simples...”. Verdadeira a primeira afirmação. No trecho “Os humanos que hoje decidem (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus sofrem as consequências: seu colesterol é de fato saudável, mas eles vivem famintos e desnutridos, pois demoram horas para ingerir alimentos que rendem bem pouco em termos de energia” (l. 36-39), se a oração “que hoje decidem (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus”, que é subordinada adjetiva restritiva, fosse colocada entre vírgulas, ficaria subordinada adjetiva explicativa, alterando-se o sentido original da mensagem. A colocação de vírgulas na oração indicada revelaria que todos os humanos hoje decidem (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus. Falsa a segunda afirmação. As vírgulas no trecho “e nós, Homo sapiens, hoje chegamos...” (l. 16) são empregadas para isolar aposto, que é uma qualificação e remete ao pronome “nós”. As vírgulas da linha 30, no trecho “Chimpanzés, por exemplo, são forçados a passar seis horas por dia mastigando folhas, frutas...” têm funções diferentes: as duas primeiras isolam “por exemplo”, que é adjunto adverbial de modo; a última separa elementos de igual função sintática (“folhas, frutas...”). Falsa a terceira afirmação. Observação do autor dos comentários: o elaborador da prova da Banca da Fundatec, provavelmente, tivesse a intenção de se referir apenas às duas primeiras vírgulas da linha 30, e não à última. Por óbvia inexistência de revisão, fez alusão às vírgulas da linha 30, que são três. No trecho “Os humanos que hoje decidem (enganadamente) adotar uma dieta de alimentos crus sofrem as consequências: seu colesterol é de fato saudável, mas eles vivem famintos e desnutridos, pois demoram horas para ingerir alimentos que rendem bem pouco em termos de energia” (l. 36-39), os parênteses poderiam ser substituídos por vírgulas sem prejuízo da mensagem original e da correção gramatical. Observe-se o trecho com a modificação: “Os humanos que hoje decidem, enganadamente, adotar uma dieta de alimentos crus sofrem as consequências: seu colesterol é de fato saudável, mas eles vivem famintos e desnutridos, pois demoram horas para ingerir alimentos que rendem bem pouco em termos de energia”. Falsa a quarta afirmação. RESPOSTA: E. QUESTÃO 10 – Formação de palavras. A palavra “carnivorismo” (l. 20) é formada por derivação sufixal, em que “carnívoro” recebe o sufixo nominal “-ismo”. Já “carboidrato” (l. 24) é formada pro composição, resultante da soma dos primitivos “carbo” + “hidrato”. Errada a assertiva I. Os substantivos “rendimento” (l. 27) e “mastigação” (l. 31) são formados por derivação sufixal, em que o verbo “render” recebe o sufixo “-mento”, e o verbo “mastigar” recebe o sufixo “-ção”. Ambos os sufixos são formadores de substantivos derivados de verbos. Correta a assertiva II. Tanto “desnutridos” (l. 38) quanto “incompetência” (l. 35) são formados por derivação parassintética. Observe-se que ambos apresentam prefixo (“-des” e “-in”) e sufixos (“-idos” e “-ência”), mas só existem simultaneamente na presença dos dois. Errada a assertiva III. RESPOSTA: B. _______________________________________________________________________ NÃO HÁ QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. Publicado no saite WWW.cpcrs.com.br, no blog professormenegotto.blogspot.com e disponível na Loja Copystar (Xerox do CPC) PROIBIDA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, SEM A ANUÊNCIA DO AUTOR. 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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

DÚVIDAS E PERGUNTAS

Dúvidas devem ser enviadas para o endereço menegotto@cpcrs.com.br. Pelo blog, não responderei. Prof. Menegotto.